JOGAR NÃO SÓ POR JOGAR

JOGAR NÃO SÓ POR JOGAR

05/06/2023 Amor e Luz 0

Diversos estudos realizados ao longo da última década mostram os benefícios de recorrer aos jogos digitais para iniciar ou complementar tratamentos de saúde. Em casos de depressão, por exemplo, versões casuais, como games do Facebook, reduzem a gravidade dos sintomas em até 75% do pacientes. Veja outros exemplos de Games que podem ser indicados para doenças:

– Parkinson: Os que utilizam sensores para captar movimentos dos usuários, estimulando a atividade física, como o Wil Sports e o Kinect Adventures! Os personagens são controlados por meio dos sensores, o que melhora a condição motora, o equilíbrio, a ação dos músculos e as funções cardiorrespiratórias, afetadas pela degeneração causada pelo Parkinson.

– Alzheimer: Aqueles que estimulam a capacidade de raciocínio. São exemplos o Angry Birds, no qual é preciso realizar cálculos para acertar alvos, e o Sudoku, jogo de quebra-cabeças com números. Um estudo da Universidade da Califórnia concluiu que os games que exigem concentração constante, raciocínio e memorização estimulam a mente e podem prevenir ou retardar a doença.

Déficit de Atenção: Versões que combinam concentração constante com a possibilidade de extravasar como o Toy Story Manial, no qual o jogador atira contra alvos que surgem a todo o momento na tela. Trabalham a atenção do jogador – crianças, principalmente -, colocando à sua frente séries de objetos imediatos que devem ser vencidos com rapidez para que ele passe à próxima fase.

– Ansiedade ou Depressão: Os casuais, nos quais as partidas são rápidas e demandam velocidade de raciocínio. A exemplo do Bejeweled, jogado no Facebbok, em que se devem juntar diamantes para que eles desapareçam (É parecido com o famoso Tetris). A distração, sem referências violentas nem estímulos a sentimentos negativos, e a sensação de vitória ao se cumprirem os desafios diminuem os sintomas, tais como tristeza, desesperança, pessimismo, culpa, insônia e falta de apetite.

– Autismo: Os mais lúdidos, de pensamento estratégico e que auxiliam a expressão de sentimentos. Exemplos: o megassucesso Minecraft, no qual se usam blocos para construir cenários, e o FaceSay. Servem de plataforma para que os autistas lidem com emoções – dificuldade usual de quem tem esse mal – e auxiliam o reconhecimento de expressões faciais e de sentimentos de outras pessoas.

Agressividade: Em aparente contradição, os mais violentos, como os da série Grand Theft Auto, GTA, em que se controla um personagem criminoso. Uma pessoa com surtos de agressividade não deixará de ser violenta só por usar o jogo; o que as pesquisas indicam é que o game funciona como válvula de escape para descarregar energia e, assim, diminui o stress.

É preciso tomar cuidado para que o hábito de jogar não se torne um vício.

É preciso, porém, prestar atenção para que a solução não acabe por se transformar em um problema – por vezes maior. Recorrer excessivamente a videogame também podem se tornar um vício, com dependência química já comparada àquela consequente do uso de drogas ilícitas. Estima-se que existam 3 milhões de americanos, entre 8 e 18 anos, considerados (clinicamente) viciados em videogame. Nos Estados Unidos e na Ásia, são comuns os acampamentos de férias destinados a forçar crianças e adolescentes a se “desplugarem” por um tempo das telinhas.

“Novas tecnologias geram pânico moral, principalmente quando atingem os jovens como público-alvo, e sempre foi assim, seja com os games, seja quando surgiram a TV, o rádio, o computador”, disse a VEJA o jornalista americano Greg Toppo, autor do livro The Game Believes in You (O Jogo Acredita em Você), sobre o uso educacional e terapêutico esse recurso inescapável. “É claro que tudo deve ser controlado, para evitar abusos. Só que é preciso ter calma e notar que o jogo é mais uma ferramenta, à qual se pode recorrer de forma apropriada”, acrescenta. Como dizia o escritor Públio Siro, que viveu em Roma antiga (século I a.C.): “Boa saúde e bom-senso são duas das maiores bênçãos da vida”. Quando combinadas, o efeito é ainda melhor. Os cientistas compreendem a importância desses games. Procure conhecê-los.

Jornal Espírita