JESUS E O SILÊNCIO

JESUS E O SILÊNCIO

01/06/2023 Juventude 0

Diante do sumo sacerdote Caifás, que o interrogava agressivamente no intuito de condená-lo à morte, Jesus simplesmente se mantinha em silêncio.

Em diversas outras ocasiões, Jesus optou por calar-se, ao invés de proferir discursos.

Como na vez em que lhe apresentaram a mulher adúltera para ser apedrejada. Primeiro, ele se calou, para só depois dizer algo, após muita insistência da população.

Como em outra ocasião em que foi expulso da terra dos gerasenos após curar um obsediado. Jesus partiu, sem dizer uma palavra contra a ingrata expulsão.

Como também no dia em que, após a transfiguração no monte Tabor, pediu aos discípulos Pedro, Tiago e João que mantivessem silêncio sob o fato ocorrido.

Como quando ele subiu ao monte, para se refugiar em oração, pois a população queria levá-lo à força para se tornar rei, após multiplicar os pães.

Embora tenha ensinado muito por meio de palavras, Jesus silenciou muito mais.

Na sociedade de hoje, o silêncio é quase impossível, por causa do estilo de vida que vivemos, além de ser uma prática pouco compreendida.

O silêncio é respeito pelo próximo. Fazer barulho, falar alto, intrometer-se em conversas alheias é desrespeito pelo espaço do outro.

O silêncio é reflexão íntima. Quem muito fala, é incapaz de olhar para dentro de si próprio e ouvir os próprios pensamentos.

O silêncio é caridade. Calar uma ofensa, silenciar uma calúnia, negar-se a falar mal do outro são atitudes caridosas.

O silêncio é atitude no bem. O silêncio respeitoso, aquele que cala para que o outro se engrandeça, é bondade.

O silêncio é uma prece. Sem silêncio na mente, dificilmente o plano espiritual superior consegue ligar-se a nós.

A prática da meditação, da oração, da reflexão, da leitura de um bom livro, de algum esporte ajuda a mente a silenciar-se.

Uma mente em silêncio permite que os pensamentos sejam mais claros.

Pensamentos mais claros levam a uma correta interpretação dos próprios sentimentos.

A leitura correta do que se sente é o primeiro passo para entender o que o outro sente.

E é dessa compreensão acerca do sentimento alheio que é possível se relacionar bem com ele.

Portanto, a fraternidade nasce do silêncio.

Ambientes tumultuados, onde todos falam, ninguém se entende.

Não à toa, todos que se aproximavam de Jesus sentiam-se em paz. A paz do Mestre era genuína, silenciosa, envolvente, caridosa. O seu silêncio externava isso.

Jovem! O mundo nos convida ao barulho, a falar, a opinar, a tumultuar, a se exibir, a produzir conteúdo e mais conteúdo. Permita-se o contrário: o silêncio, a reflexão, a introspecção. Procure o autoencontro dentro de si próprio. Aja menos, reflita mais. Pense menos, sinta mais. Fale menos, silencie mais.

Vinicius Del Ry Menezes