A PRECE

A prece, portanto, é um movimento da alma da criatura na direção de Deus, a Fonte da Vida Inesgotável. E vimos que isso não pode ser feito sem a contribuição inestimável dos sentimentos mais puros que pudermos ter em nossos corações.

Podemos nos propor por meio da prece: louvar, pedir e agradecer.

Podemos entender que louvar e adorar tem o mesmo conceito.

Habitualmente utilizamos do recurso da prece para pedir e para agradecer.

O que pedimos a Deus em nossas rogativas?

Quando as situações que vivenciamos não estão conforme as nossas expectativas, aí nos dirigimos ao Pai.

Se estamos doentes do corpo, pedimos a Deusa cura.

Se os negócios não prosperam, solicitamos ao Criador a solução.

Se estamos sem trabalho, desempregados, rogamos ao Pai urgência na resolução da situação.

Se temos problemas de relacionamentos, considerando que estamos com a razão do nosso lado, exaramos ao Bondoso Senhor que nos conduza na Paz que nos perturbam, ou que elas sejam trocadas e se modifiquem.

E por aí vão as nossas necessidades mais imediatas, e as nossas preocupações levadas ao Trono do Supremo, para vermos atendidas todas elas.

Entretanto…

Busquemos nos lembrar, de todas as rogativas que até hoje fizemos, quantas realmente foram atendidas em sua plenitude por Deus. Muitas? Poucas? Nenhuma?

Porque o Criador não atende a que pedimos com tanta insistência? Será que Ele não quer nos ver felizes, melhores, plenos, saudáveis?

Percebamos que tudo isso que listamos acima, inclusive as perguntas são bem o repositório da nossa condição terrestre. Queres que Deus no atenda, para permanecermos confortavelmente na Crosta da Terra, em nome d’Ele.

Entretanto, o que Deus espera de nós?

Ele, que nos criou como Espíritos, quer que o adoremos em espírito.

Tudo o que temos e o que passamos nas vidas sucessivas a que estamos submetidos, são simplesmente estímulos externos cujo objetivo é nos acordar espiritualmente para a nossa destinação, de Imortais, de Herdeiros da Divindade.

Se Deus nos mantém naquilo que entendemos como sofrimento, isso tem um objetivo. Como não percebemos com clareza, fica a impressão, errada, que o Pai nos relega e nos esquece, deixando-nos entregues às forças da vida.

O que Deus nos dá sempre, se o pedirmos com franqueza da alma, são as coisas espirituais de que necessitamos para crescer como Espíritos.

Assim, precisamos de força e coragem para facear os desafios que nos impõem as lições diárias da vida, a nos requisitarem continuidade nos bons propósitos; precisamos desenvolver capacidade de resistência ante as más inclinações morais que ainda trazemos em nosso íntimo; paciência para manter o equilíbrio diante das situações que nos induzem ao destempero; etc…

Ou seja, devemos solicitar a Deus tudo aquilo que nos mantenha no caminho do aprendizado espiritual superior.

Agindo dessa maneira, paulatinamente iremos nos integrar no sentimento mais apropriado em relação ao Pai, colocando-nos confiantemente sob a sua proteção e amparo. Esse o significado profundo da prece em nossos caminhos, que será sempre o nosso esforço permanente em nos entendermos como espíritos imortais, amados e protegidos sempre pelo Pai de amor que nos reconduz ao seu convívio eterno.

Retirado da Revista Espírita “Fé e Cristo” – nov./dez. 2014