JESUS E O MATRIMÔNIO
Ao chegar a Judeia, para além do rio Jordão, Jesus foi abordado por alguns fariseus que o provocavam, tentando levantar provas suficientes para condená-lo à morte.
Uma das provocações foi referente ao casamento, pois a lei mosaica permitia o divórcio sob algumas circunstâncias.
Jesus, porém, conhecendo a dureza dos corações deles, além, é claro, de entender que o objetivo deles era diminuir a culpa que sentiam pelo fracasso das próprias vidas conjugais, disse uma frase que, infelizmente, muitos interpretaram apenas do ponto de vista físico.
O Mestre lhes disse, referente ao matrimônio:
– Assim, já não são mais dois, mas uma só carne.
Toda a poesia espiritual desse ensinamento foi rebaixada às expressões inferiores da sexualidade inconsequente.
Jesus não se referia ao ato sexual em si.
O Mestre se referia à união espiritual para a qual o matrimônio conduz todos aqueles que se casam por amor.
Quando o casamento é unido espiritualmente, o corpo dos dois é um, porque o que um sente o outro também sente.
Porque o que acontece com um, acontece com o outro.
Porque a dor física de uma doença que um sente, o outro sofre por não poder curá-la.
Porque a dor moral de um erro cometido por um, é sentido pelo outro.
Porque a dor das dificuldades de um, reflete no dia a dia do outro.
Mas também porque a alegria de uma conquista, é a alegria da conquista dos dois.
Porque a saúde física de um, é a saúde moral do outro.
Porque a esperança de um, é a realização do outro.
Porque a luz de um, ilumina o outro.
Porque a paz de um, pacifica o outro.
Porque o amor de um, é o amor do outro.
Em outras palavras: uma só carne significa que a união é plena e profunda.
Isso não significa que o casal não tenha, cada um, a sua própria individualidade e nem que não necessite de momentos próprios consigo mesmo.
Significa que a individualidade não é individualismo.
Significa que estar consigo próprio é necessário para estar com o cônjuge.
Significa que um é o amparo do outro, de modo que o crescimento é conjunto.
Não à toa, durante a cerimônia de casamento, sempre é feita a promessa de amar-se e respeitar-se na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, porque, afinal, como disse Jesus, “assim, já não são mais dois, mas uma só carne.”
Jovem! Quando somos uma só carne com o cônjuge, exercitamos o verdadeiro devotamento, que significa a plena união de duas almas que se amam, se respeitam, se ajudam e crescem juntas, tanto espiritual, quanto emocionalmente. Por isso, antes de dizer o sim, é necessário refletir profundamente se estamos prontos para nos unirmos com tal profundidade, a ponto de sermos apenas um com o outro.
Vinicius Del Ry Menezes