JESUS E A TRAIÇÃO

JESUS E A TRAIÇÃO

04/07/2024 Juventude 0

Durante o Sermão da Montanha, Jesus disse que “qualquer um que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no coração”.

Essa é outra frase mal interpretada proferida pelo Mestre.

Adultério significa infidelidade conjugal. Se hoje há pessoas que defendem que a traição é algo natural, e inclusive incentivam o sexo com múltiplos parceiros, imagine naquela época o quão normatizado essa atitude estava na sociedade.

Quem defende e incentiva o chamado “casamento aberto” enxerga apenas a união física do matrimônio e não os profundos laços espirituais que ligam um ser ao outro. Laços tão profundos que levou o Mestre a dizer que um casal “já não são mais dois, mas uma só carne”.

Portanto, se o casamento é a união de almas, a traição é o rompimento da confiança. Nenhuma união sobrevive sem confiança mútua, alicerçada no amor.

A infidelidade conjugal rompe os laços de união de modo tão profundo que causa lesões espirituais tanto em quem sofre quanto em quem pratica a traição, porque todo rompimento causa dilacerações difíceis de serem reparadas.

Como essas dilacerações são causadas no campo emocional, e repercutem profundamente no espírito, diversos sentimentos negativos são disparados, como a desilusão, o ódio, a decepção, a frustração, a vingança.

Esses sentimentos negativos podem levar a doenças físicas, quando não descambam para a violência propriamente dita contra o outro. Isso sem contar que podem levar até ao suicídio.

Portanto, por mais “moderno” que seja a ideia de casamento aberto, por mais que esteja na moda a traição, por mais justificativas sociológicas e biológicas que sejam dadas para a poligamia, lá no íntimo todos desejamos uma união sincera, em que haja confiança e amor.

Se não temos em quem confiar minimamente, a vida diária se torna um tormento, porque perdemos a referência em quem acreditar e com quem conviver. Passamos a nos sentir perseguidos por todos.

Por isso que Jesus, sabendo disso tudo, disse uma frase tão forte quanto essa, como forma de impedir o deterioramento da confiança na sociedade, mostrando que a traição conjugal começa já no pensamento e não apenas no ato carnal em si.

Isso nos leva a concluir que, se pelo pensamento já ocorre a traição, essa pode se dar de muitas formas e não apenas na relação conjugal. É possível trairmos diversos tipos de relação: amigos, parentes, vizinhos, sócios, professores…

Qualquer pessoa que deposita confiança em nós, e que por qualquer motivo tenhamos pensamentos de infidelidade em relação à confiança depositada em nós, a traição se inicia e pode, se não nos controlarmos, evoluir para a consumação do fato: o rompimento de uma amizade, o afastamento de um parente, o desfalque em uma sociedade…

Desse modo, adultério, por extensão, pode significar adulteração, falsificação. Portanto, qualquer laço de união que é adulterado por qualquer motivo se torna uma traição.

E toda traição, seja ela conjugal ou não, começa pelo pensamento.

Jovem! É claro que ainda não conseguimos ter pensamentos positivos a todo momento. Embora tenhamos pensamentos, e até sentimentos negativos de traição, já temos lucidez suficiente para não agirmos de forma adúltera, seja a relação qual for. E a melhor forma de nos impedirmos a nós mesmos de trair a confiança do outro é lembrarmos que devemos amar o próximo como a nós mesmos. Se não desejamos ser traídos, não podemos trair.

Vinicius Del Ry Menezes