DEPRESSÃO – VENCENDO O PRECONCEITO

DEPRESSÃO – VENCENDO O PRECONCEITO

22/01/2024 Amor e Luz 0

PARTE 1

A espiritualidade nos permite a capacidade de compreendermos e superarmos fatores negativos intrapsíquicos e de situações de grande estresse emocional ao longo da vida.

A Fé em Deus conforta e dá confiança ao indivíduo em si mesmo, combatendo os núcleos de baixa autoestima. A religiosidade autêntica permite aceitar melhor as doenças, as perdas e os sofrimentos, pois amplia a consciência de que tudo é temporário e que nenhuma dor se eterniza. Além do que tudo tem uma razão de ser, e o próprio sofrimento ocorre em favor do crescimento espiritual.

A espiritualidade bem desenvolvida facilita o perdão, que é mais uma atitude sábia, terapêutica do que propriamente religiosa. Perdoando-nos aceitamos a nossa falibilidade humana e ao reconhecer o próprio erro predispomo-nos a não repeti-lo. Perdoando ao outro, impedimos que o mal que nos foi feito perdure no tempo, ampliando o nosso sofrimento enquanto durar a ligação emocional com o seu autor, seja pela ferida aberta da mágoa, pelas ofensas ou pelo desejo e vingança.

A religiosidade e a espiritualidade bem vividas têm enorme função terapêutica nas síndromes depressivas de qualquer gravidade, pois atenuam os sintomas de nossa fraqueza emocional.

Assim, a depressão é a trágica confusão que se faz entre a tristeza e a própria depressão, ficando-se muitas vezes esperando que esta vá embora por si só.

Ao confundir tristeza com depressão, incidiu-se num preconceito arraigado no imaginário popular que nega a existência da depressão como doença, atribuindo-se a ela “a falta do que fazer, a ociosidade”, o que faz o deprimido carregar um fardo duplo, o da doença e o preconceito.

Em um primeiro momento a depressão como doença deve ser tratada com medicamentos específicos, enquanto em um segundo momento tratamentos complementares poderão ser de grande valia.

Deve-se entender a tristeza como pertencente à dimensão dos sentimentos, enquanto a depressão pertence a dimensão dos estados de humor, ligados ao temperamento, portanto com dimensão intrinsecamente biológica.

Há que se entender que a tristeza nasce muitas vezes de perdas significativas, seja de uma pessoa, de um bem, de status social, enquanto que a depressão nasce de múltiplas manifestações orgânicas que levam aos sintomas de humor deprimido, perda de interesse e prazer por coisas antes agradáveis e energia reduzida.

Há ainda comprometimento do ritmo biológico, de funções cognitivas do sistema nervoso em geral, com perturbações do sono, diminuição do prazer sexual, do apetite, da concentração e atenção, dificuldade de decisões, diminuição da autoestima e autoconfiança, pessimismo em relação ao futuro, ideias de culpa e inutilidade, até ideias ou atos autolesivos, chegando ao suicídio.

Às vezes a ansiedade e angústia estão presentes, levando a sintomas neurovegetativos, como taquicardia, sudorese, alterações gastrintestinais, e outros.

Quando o individuo apresentar tais sintomas este deve se tratar o quanto antes, para que a gravidade da depressão não se acentue.

Esta doença existe e é real, atingindo o mundo atual com estimativa em 25% de percentual de pessoas que já a tiveram.

CONTINUA NA PRÓXIMA SEMANA   

Luiz Antônio de Pádua

Vice-Presidente da Associação Médico-Espirita de Goiás