JESUS E O DINHEIRO

JESUS E O DINHEIRO

21/05/2020 Juventude 0

Já à época de Jesus, as pessoas se torturavam para acumularem dinheiro, bens, propriedades e todos os tipos de objetos supérfluos. Por isso, muitos tinham recursos demais e outros mendigavam um mísero pedaço de pão. Uma sociedade tão parecida com a de hoje!

Certo dia, Jesus, após ter recebido uma proposta para ser o juiz em uma briga pela herança entre dois irmãos, narrou a seguinte história:

– Havia um homem rico cujas terras produziram abundantemente. Esse homem refletia sobre o que faria com o excesso de produção, pois não tinha onde guardar toda a colheita. Então ele concluiu: “Derrubarei os meus celeiros e irei reconstruí-los maiores, e lá colocarei toda a minha colheita e todos os meus bens. E falarei para mim mesmo: tenho muitos bens em reserva para vários anos; posso repousar, comer, beber e me alegrar”. Mas Deus lhe disse: “Insensato! Nesta mesma noite sua alma será buscada. Então, de que serviu tudo o que acumulou?”.

Jesus fez uma pausa para que os presentes assimilassem a lição e arrematou:

– É o que acontece àquele que acumula tesouros para si mesmo, mas que não é rico diante de Deus.

Perceba que em momento nenhum Jesus condena a riqueza, pelo contrário, pois ele sabia que, quem a possui, pode e deve compartilhar esses bens com aqueles que nada têm. O que Jesus condena é justamente a avareza, o apego, o medo de se perder o supérfluo, a falta de caridade, a briga desonesta para possuí-la.

O homem da história contada por Jesus poderia, ao invés de derrubar os próprios celeiros para construir um maior, ter praticado a caridade. Mesmo porque, ninguém, ninguém mesmo, consegue levar os bens que possui para o túmulo. A morte, sempre inflexível, cedo ou tarde chega. E quando chega não permite que se leve dinheiro, posição social ou qualquer outro tipo de bens materiais.

Apenas os valores da alma, do espírito, são levados. Mas quais valores o ser humano tem praticado nos dias de hoje? O apego ao dinheiro ou a caridade? O apego à posição social ou a humildade?  O apego ao supérfluo ou a ajuda aos mais necessitados?

Por isso, em outro dia, durante outra pregação, Jesus disse:

– Não juntem tesouros na Terra, onde a traça e os vermes os corroem, e onde os ladrões roubam. Mas juntem tesouros nos céus, onde nem a traça e nem os vermes corroem, nem os ladrões roubam, pois onde está o seu tesouro, aí também está o seu coração.

Aí também está o seu coração é uma dupla metáfora de Jesus, pois significa que o nosso coração está naquilo em que damos valor. Damos valor à vida ou ao dinheiro? Mas esta metáfora também faz lembrar que o coração, enquanto órgão físico saudável, bombeia e circula o sangue por todo o corpo físico, levando a vida para todas as células. Ao contrário, um coração que acumula sangue de forma desnecessária, morre.

Como está o nosso coração?

Em outra ocasião, Jesus afirmou:

– Não se cansem pelo ouro, nem pela prata, nem por outra moeda em seus bolsos.

E para que ninguém pensasse que ele negava o valor do trabalho, ainda afirmou:

– Quem trabalha merece ser alimentado.

Ao analisar todas essas passagens, Jesus põe o dinheiro em seu devido lugar: o efeito de um trabalho honesto, que pode se tornar uma benção para aquele que sabe usá-lo em benefício próprio e dos outros; mas que também pode ser uma maldição para aquele que se apega a ele, a ponto deixar o irmão ao lado na miséria.

O verdadeiro rico não é aquele que junta dinheiro de forma avarenta. O verdadeiro rico é aquele que faz com que o dinheiro circule de modo a produzir cada vez mais em benefício da sociedade como um todo.

Jovem! Preocupe-se com o dinheiro da forma correta: o fruto merecido do seu trabalho honesto. Você pode e deve desfrutar do que ele te proporciona. Mas não se esqueça de que, ao seu lado, há muitas pessoas que podem ser ajudadas pelo seu dinheiro. Seja você um coração bom e saudável que faz circular as riquezas por todo o corpo da sociedade; assim como Jesus fez, até mesmo quando foi traído e morto por trinta míseras moedas, pois ele sabia que Judas as usaria para alimentar os pobres.

Vinicius Del Ry Menezes