JESUS E FRANCISCO DE ASSIS

JESUS E FRANCISCO DE ASSIS

01/10/2020 Juventude 0

Três de outubro de 1226*. Jesus, em espírito, entra na comunidade Rancho de Luz e vê uma cena comovente: seu discípulo amado, cego e vítima de várias enfermidades, gastando as suas últimas energias físicas no amparo a um leproso. Esse discípulo era Francisco de Assis.

Francisco, amparado por Frei Leão, Frei Filipe e Clara, deita em uma cama rústica e exala seu último suspiro. Jesus o abraça e diz:

– Francisco, você consolou e amou mais do que foi amado. Você entrará para a História. A História dos sentimentos, que eleva e que salva.

Aos 44 anos de idade, Francisco de Assis desencarnou deixando um legado de amor, de renúncia e de exemplificação do evangelho de Jesus Cristo. Um exemplo que até hoje nos serve de inspiração.

Espírito missionário, Francisco de Assis foi enviado por Jesus para reconstruir a igreja do Cristo, em uma época em que a humanidade estava espremida entre duas forças das trevas: as Cruzadas e a Inquisição.

Nascido em 1182, Francisco cresceu em meio ao luxo proporcionado pelo pai, um rico e poderoso comerciante italiano, em meio à filosofia da velha grega Jarla, serva da casa, e em meio ao Evangelho de Jesus, ensinado por sua mãe.

Apesar de todas as pressões de seu pai para se tornar um comerciante, e de todas as pressões sociais para guerrear nas Cruzadas, em seu íntimo, sua consciência o chamava para a missão dada por Jesus: reconstruir a sua igreja.

E foi isso que Francisco fez. Renunciou a todo o luxo e riqueza de seu pai e fundou uma humilde comunidade chamada Rancho de Luz, definida por ele da seguinte forma:

– Aqui estudaremos o evangelho. Trabalharemos por amor ao trabalho e para diminuir o sofrimento de nossos irmãos. Depois, fortalecidos, nos espalharemos pelo mundo, levando o evangelho de Jesus em todas as nossas atitudes.

A comunidade cresceu muito. Diversos homens e mulheres, lideradas por Clara, se juntaram a ele por amor a Jesus. Lá, todos trabalhavam para ter o que dividir com os pobres. Não só estudavam o evangelho, mas o praticavam em todos os seus atos, principalmente quando visitavam os leprosários levando comida, remédios, roupas limpas e acolhimento moral.

A fama de Francisco de Assis se espalhou. Ele se viu obrigado a pedir autorização ao papa Inocêncio III para continuar com as suas atividades. O papa, por mais reticente que estivesse, acabou concordando, pois sentia em seu íntimo que Francisco não era uma ameaça ao poder terreno da igreja, mas sim um anjo de luz que vinha iluminar os ensinamentos de Jesus.

E esse era o grande objetivo de vida de Francisco: demonstrar na prática que os ensinamentos de Jesus são para serem vividos e praticados, e não apenas estudados em solenidades ritualísticas.

Francisco, inclusive, defendia que o evangelho de Jesus deveria ser praticado com nossos irmãos, os animais, tornando-se o segundo ambientalista da história, atrás apenas do próprio Cristo.

A comunidade cresceu de modo a dar bons frutos. Chegou o dia em que esses frutos deveriam se espalhar pelo mundo: França, Alemanha, Espanha, Portugal…

Antes dos freis partirem para formarem novas comunidades, Francisco os reuniu e disse:

– Chegou a hora de nos espalharmos pelo mundo levando e vivenciando o Evangelho. Sejamos o sal da terra e a luz na escuridão.

Após uma breve pausa, ele proferiu uma oração que até hoje toca em nossos corações:

– Senhor!… Faça-nos instrumento de Vossa paz. Onde haja ódio, consentí que levemos Amor! Perdão, onde haja injúria. Fé, onde haja dúvida. Verdade, onde haja mentira. Esperança, onde haja desespero. Luz, onde haja escuridão. União, onde haja discórdia. Alegria, onde haja tristeza. Oh Divino Mestre! Permiti que não procuremos tanto ser consolados quanto consolar. Sermos compreendidos quanto compreender. Sermos amados quanto amar. Porque é dando que recebemos, perdoando que somos perdoados e é morrendo que nascemos para a vida eterna.

Com os olhos marejados de emoção e alegria em ver a sua tarefa de amor se expandindo, Francisco concluiu:

– Espalhem-se com o vento. Sigam as aves que aqui estão. Escutem seus corações. E um dia, irmãos, iremos nos reencontrar vitoriosos.

E naquele três de outubro de 1226, Francisco, morrendo para renascer na vida eterna, reencontrou-se, vitorioso, com o seu mestre.

Mas como o campo de trabalho do Cristo é grande, Francisco de Assis continua até hoje sua tarefa de amor, trabalhando como preposto de Ismael, anjo tutelar do Brasil, ajudando a nossa pátria a se tornar um verdadeiro Rancho de Luz.

Jovem! Repare que no Brasil há diversas igrejas, centros espíritas e comunidades com o nome de Francisco de Assis. Ele é um dos incansáveis trabalhadores que ajudam o nosso país a se tornar a pátria do Evangelho. E cabe a nós, discípulos do mestre Jesus, nos juntarmos, estudarmos e exemplificarmos os ensinos do Cristo. Francisco nos mostrou que é possível e, para isso, basta reconstruirmos a igreja de Jesus em nossos próprios corações.

Vinicius Del Ry Menezes

* Sugere-se a leitura do livro Francisco de Assis, ditado por Miramez e psicografado por João Nunes Maia. Editora Fonte Viva.