AMOR MAIÚSCULO

Um homem de idade já bem avançada veio à Clínica onde trabalho para fazer um curativo na mão ferida. Estava apressado, dizendo-se atrasado para um compromisso, e enquanto o tratava perguntei-lhe qual o motivo da pressa. Ele me disse que precisava ir a um asilo de anciãos para, como sempre, tomar café da manhã com sua mulher que estava internada lá.

Disse-me que ela já estava há algum tempo nesse lugar porque tinha um Alzheimer bastante avançado.

Enquanto acabava de fazer o curativo, perguntei-lhe se ela não se alarmaria pelo fato de ele chegar mais tarde.

– Não, ele disse. Ela já não sabe quem eu sou. Faz quase cinco anos que não me reconhece.

Estranhando, lhe perguntei:

– Mas se ela já não sabe quem o senhor é, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?

Ele sorriu e dando-me uma palmadinha na mão, disse:

– É. Ela não sabe quem eu sou, mas eu, contudo, sei muito bem quem é ela.

Meu olho lacrimejara enquanto ele saia e eu pensei: essa é a classe de amor que eu quero para a minha vida.

O verdadeiro amor não se reduz ao físico nem ao romântico.

O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o quem o outro é, do quem foi, do que será e… do que já não é…

(Autor Desconhecido)

Pense, e some ao texto à ideia de que falamos: 1) da nossa impotência frente a doença; 2) do nosso despreparo frente aos cuidados necessários; 3) da melhor qualidade de vida vivida pelo paciente; 4) de que aquele doente fisicamente nada sabe, nada responde, mas que acima de tudo capta seus pensamentos por ser Espírito.

Linda de Fátima