JESUS E A REVOLUÇÃO

JESUS E A REVOLUÇÃO

26/08/2021 Juventude 0

Jesus foi tido como um revolucionário comum cujo objetivo era tomar o poder político para expulsar os dominadores romanos.

Embora os altos representantes do Sinédrio, que era o órgão político-religioso da época, desejassem a libertação de Roma, eles não admitiam que essa libertação viesse de um homem que não seguia as rígidas normas, hierarquias, cultos e interpretações superficiais das leis mosaicas.

Por isso, eles foram os primeiros a tacharem Jesus de revolucionário, como modo de despertar o medo não só da população, mas também dos romanos.

O dicionário define revolução como o conjunto de ações praticadas por uma pessoa ou grupo com o objetivo de promover profundas modificações sociais, políticas, econômicas, culturais e morais.

Na história da humanidade, raríssimas revoluções vieram sem derramamento de sangue, sem dor (e sem injustiças praticadas por ambos os lados, os revolucionários e os reacionários).

Jesus, porém, não veio para praticar a revolução, mas sim para apontar o caminho da evolução.

O dicionário define evolução como um conjunto de ações contínuas e regulares de modo que haja um progressivo aperfeiçoamento.

Em geral, a evolução se dá de forma pacífica, enquanto a revolução se dá de forma violenta.

Embora as duas possam promover as mudanças sociais necessárias à humanidade, toda revolução gera, salvo raríssimas exceções, injustiças e dores que atrasam a evolução completa a que se propunha.

Jesus nunca foi um revolucionário.

Jesus era um evolucionário.

Sua doutrina de amor é uma evolução pacífica cujos frutos sociais, morais, culturais, econômicos e éticos ainda não foram plenamente conquistados porque a humanidade insiste na revolução violenta.

No capítulo XV, Fora da Caridade Não Há Salvação, do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec resume, de forma clara, a doutrina evolucionária de Jesus no parágrafo reproduzido a seguir:

– Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, quer dizer, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinamentos, ele mostra essas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna. Bem-aventurados, disse ele, os pobres de espírito, quer dizer, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis que vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; fazei o bem sem ostentação; julgai a vós mesmos antes de julgar os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar, e ele mesmo dá o exemplo; orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater, mas faz mais do que recomendar a caridade, coloca-a claramente, e em termos explícitos, como a condição absoluta da felicidade futura.

Em revoluções, sempre há inimigos a serem combatidos.

Em evoluções, sempre há irmãos a serem ajudados.

Jovem! A humildade e a caridade são os dois únicos caminhos seguros para as mudanças sociais econômicas, culturais e éticas. Não pense que guerras, revoluções, levantes, violências possam mudar alguma coisa. Se pudessem, a humanidade já seria um paraíso, de tantas revoluções que já houveram. Seja humilde. Seja caridoso. Faça ao próximo aquilo que você desejaria para você mesmo. Ajude aquela pessoa com a qual você não concorda. Mostre a ela o seu respeito por ela. São essas atitudes diárias, aparentemente simples, que promoverão uma evolução ética que revolução nenhuma jamais conseguiria.

Vinicius Del Ry Menezes