JESUS E A PUNIÇÃO

JESUS E A PUNIÇÃO

12/05/2022 Juventude 0

Há um trecho no Evangelho de Jesus que muitas pessoas interpretam como sendo a confirmação de que Deus é um ser punitivo e vingativo. O trecho é o seguinte:

“Então disse Jesus a seus discípulos: se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que quer salvar a sua alma, a perderá, e o que perder a sua alma por amor a mim, a achará. Por que, de que adianta ao homem ganhar todo o mundo, se vier a perder a sua alma? Ou que troca fará o homem para recobrar a sua alma? Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras”.

Muitos entendem que carregar a cruz é uma forma de aguentar a punição de Deus. Na verdade o Mestre nunca disse que Deus é quem nos pune. Jesus definiu a essência da punição com a seguinte frase: a cada um segundo as suas obras.

Não é Deus quem pune: são as consequências das nossas próprias atitudes. Atitudes negativas geram consequências ruins do mesmo modo que atitudes positivas geram consequências boas. Isso é a lei de Causa e Efeito.

Portanto, o conceito de punição, no sentido de castigo, não existe no dicionário de Deus.

Se hoje sofremos é por causa de nossas atitudes negativas, nessa encarnação ou em encarnações passadas.

Os pais com os quais não nos damos bem não é punição de Deus; é consequência dos relacionamentos que cultivamos em encarnações passadas.

A doença com a qual nascemos não é punição de Deus; é consequência dos abusos que praticamos com a própria saúde em encarnações passadas.

A tendência ao vício contra a qual lutamos não é punição de Deus; é consequência da irresponsabilidade com a qual vivemos em encarnações passadas.

O ambiente pobre em que nascemos não é punição de Deus; é consequência do mau uso dos recursos financeiros em encarnações passadas.

O ambiente desprovido de amor em que nascemos não é punição de Deus; é consequência da leviandade com a qual conduzimos a nossa família em encarnações passadas.

A cruz que carregamos não é punição de Deus; é consequência das obras que executamos hoje ou no passado.

Essas consequências não servem para nos diminuir, nos humilhar, nos prejudicar, nos fazer mal, nos punir. Pelo contrário, são bênçãos em nossas vidas, pois permitem que possamos refletir sobre o seu significado de modo a aprendermos a lição que elas nos trazem.

As consequências negativas nos conscientizam de que precisamos mudar para melhor, como seres humanos. Se queremos consequências positivas, precisamos agir de forma positiva.

Por isso Jesus nos incentiva a carregarmos a nossa cruz, ou seja, a acolhermos as nossas dificuldades, não como punição, mas como lição para o nosso próprio amadurecimento.

Jovem! Deus não pune. Jesus não é um emissário divino para executar a pena. Deus é amor. Jesus é a expressão máxima de amor, que veio ao mundo para nos ensinar que a lei de Amor, Justiça e Caridade é o caminho mais seguro para que possamos colher bons frutos, ou seja, para evitarmos dores desnecessárias. Deus é tão amor que permite que escolhamos o nosso caminho. A decisão é nossa. E como bem lembrou Paulo, de Tarso, “tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”. Porque a cruz que carregarmos estará de acordo com a obra que executarmos.

Vinicius Del Ry Menezes