JESUS E A PRECE – parte 01

JESUS E A PRECE – parte 01

01/07/2021 Juventude 0

Jesus, durante o Sermão da Montanha, disse:

– Quando orar, não faça como os hipócritas, que se exibem orando em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos outros. Na verdade, eles já receberam as suas recompensas. Mas quando quiser orar, entre em seu quarto e, fechada a porta, ore ao nosso Pai em segredo. E nosso Pai, que vê o que se passa em segredo, te recompensará. Não se preocupem em orar muito em suas preces como fazem os gentios, que pensam ser pela quantidade de palavras que serão atendidos. Não façam como eles, porque nosso Pai sabe do que você necessita antes de o pedir.*

É comum os religiosos acreditarem que a oração deve ser realizada utilizando-se de palavras difíceis em preces longas e padronizadas e, em geral, acompanhadas de rituais e gestos sem sentido. Apegam-se à forma da oração esquecendo-se do conteúdo dela.

Por outro lado, os não-religiosos desdenham do poder da oração, acreditando que ela é uma fórmula infantil para crédulos e místicos.

Ambos estão errados por não entenderem o que é a prece.

A prece é a ligação mental e emocional que fazemos com o nosso Pai criador. Da mesma maneira que conversamos diariamente com nossos pais, podemos, por meio da oração, conversarmos com Deus de uma forma íntima, com nossas palavras, com nossos sentimentos, com nossas necessidades, sem ser preciso utilizarmos de fórmulas prontas e rígidas ou de horários pré-determinados.

Quando temos um problema que não sabemos como resolver, recorremos a pessoas que podem nos ajudar. A prece serve justamente para isso: recorrermos a Deus para que Ele nos ajude em nossas necessidades. Ou seja, orar a Deus é semelhante a tirar uma dúvida com um professor na escola.

Durante a realização de uma prova, é comum o aluno ter dúvidas sobre os enunciados dos problemas apresentados. Da mesma maneira, os desafios que a vida nos impõe geram incertezas e inseguranças de como enfrentá-los.

Se durante uma prova na escola nós podemos pedir uma orientação para nosso professor de como entender o problema proposto, orar nada mais é do que pedir uma orientação a Deus sobre como enfrentarmos os desafios da vida.

Da mesma maneira que o professor nos orientará para que nós mesmos cheguemos à resposta do problema, Deus, por meio da oração, nos inspirará para que nós mesmos superemos os desafios da vida.

Um bom professor não dá as respostas da prova, mas orienta os alunos a como resolvê-las. Da mesma forma Deus. Ele não resolve tudo para nós, mas nos dá a inspiração necessária para resolvermos e, assim, crescermos.

A alegação de que não é necessário orar porque Deus sabe das nossas necessidades é um pensamento orgulhoso, pois no fundo demonstra que o Pai deve se submeter ao filho, que o professor deve responder a dúvida do aluno antes dele formulá-la. Se a razão diz que não faz sentido um pai se submeter a um filho, ou um professor ao aluno, a mesma lógica se aplica a Deus.

Portanto, a prece é uma ligação com Deus que pode nos encher de alegria, esperança, fé, calma, força de vontade, boas ideias, inspirações e consolos para que nós mesmos possamos resolver os nossos problemas. Deus nos orientará na mesma proporção em que nós estivermos conversando com Ele. Para isso, basta um pensamento sincero, um pedido humilde, um coração suplicante que as nossas necessidades emocionais serão atendidas.

Jovem! Da mesma maneira que seu professor não invade a sua intimidade, Deus também não irá invadi-la. Por isso, ore com simplicidade do fundo do seu coração, converse com Deus durante o dia nos momentos em que você sentir necessidade de conversar com Ele. Adote essa prática diária e você perceberá que seus pensamentos e sentimentos ficarão, dia-a-dia, mais calmos, serenos, e grandes inspirações para o bem surgirão em sua mente. Se mesmo assim você tiver dificuldade em orar, o texto da semana que vem explicará a grande oração ensinada por Jesus: O Pai Nosso. Não perca.

Vinicius Del Ry Menezes

*Sugere-se a leitura do capítulo 27, Pedi e Obtereis, do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec.