JESUS E A NOITE MAIS ESCURA

JESUS E A NOITE MAIS ESCURA

25/08/2022 Juventude 0

Jesus olhou para fora e nada pôde ver. A escuridão da noite era densa. A lua escondia-se atrás das nuvens como se estivesse envergonhada pelo que os homens haveriam de fazer em breves horas.

À frente de seus discípulos, Jesus saiu da estalagem em que estavam e conduziu todos ao Monde das Oliveiras, onde parou e disse:

– Esta noite todos vocês ficarão desorientados por minha causa, porque a Escritura diz: ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho dispersarão.

Sem entender a profundidade da colocação, Pedro respondeu que jamais o abandonaria. Mas Jesus sabia que ele o negaria três vezes antes que o galo cantasse.

Jesus, então, foi mais à frente, até um lugar chamado Getsêmani. Ele pediu que os discípulos descansassem enquanto orava em local mais retirado junto de Pedro, Tiago e João.

Ali, sozinho, em meio às trevas densas da noite, o Mestre de amor, o Mestre de luz, o Mestre de paz, ajoelhou-se e orou a Deus, pedindo a força moral necessária para enfrentar a profunda dor pela qual passaria.

Mas qual dor machucaria mais?

A dor da falta de companheirismo de seus discípulos que dormiam sem se atentarem para a gravidade do momento?

A dor da traição de Judas, que o entregou às autoridades por trinta míseras moedas?

A dor de ser preso como um reles bandido na calada da noite?

A dor da incompreensão dos sacerdotes e doutores da Lei, cujo principal papel era justamente reconhecer-lhe a missão de Messias?

A dor da calúnia, da difamação e da maledicência das falsas testemunhas durante um julgamento que seria injusto?

A dor do espancamento físico?

Difícil dizer qual seria a maior dor. Mas é possível especular, tendo por base os seus ensinamentos.

Talvez a dor mais profunda pela qual Jesus passou, foi a dor de ver todos aqueles homens e mulheres ainda tão perdidos nas densas trevas da noite íntima. Homens e mulheres perdidos no orgulho, na vaidade, no egoísmo, na inveja, no ciúme, na ambição do poder, na ganância, na ilusão, no sentimento de posse.

Jesus foi, e continua sendo, o farol que ilumina as trevas íntimas em que todos nós nos perdemos, vez ou outra.

Jesus foi, e continua sendo, o farol que ilumina o caminho até Deus, nosso Pai.

Por isso, talvez a dor maior pela qual passou, foi constatar que a sua luz ainda demoraria algum tempo a brilhar em toda a humanidade.

Mas a Deus tudo é possível, como ele mesmo dissera em outro momento.

Jesus sabia, como ainda sabe, que um dia a sua luz brilhará, e não haverá noite escura o suficiente para lhe impedir.

Jovem! Nos dias em que a sua vida se tornar uma noite escura, refugie-se no brilho dos ensinamentos de Jesus. São esses ensinamentos que o conduzirão à felicidade de dias de paz e de amor consigo mesmo e com o seu próximo.

Vinicius Del Ry Menezes