JESUS E A LEI DE DESTRUIÇÃO

JESUS E A LEI DE DESTRUIÇÃO

30/01/2025 Juventude 0

Jesus saía do templo e os seus discípulos se acercaram dele, chamando a atenção do Mestre para que visse a arquitetura e imponência da construção.

Jesus olhou para a estrutura e, pensativo, disse:

– Vejam tudo isso. Em verdade, em verdade lhes digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.

Causa estranheza Jesus falar sobre a destruição do templo de forma tão calma e profética.

Mas é que o Mestre compreendia, em sua real dimensão, a lei da destruição, uma lei natural.

A destruição aqui não deve ser entendida no sentido de eliminação, aniquilamento, ruína, morte.

A destruição a que Jesus se referia, e a destruição permitida por Deus enquanto lei natural do universo, significa renovação.

Renovação significa recomeçar, fazer de novo e melhor, consertar.

No universo, tudo se renova, ou seja, tudo se altera para melhor.

Desde o átomo que se altera para formar novas moléculas, até as grandes galáxias que se alteram para surgirem novos astros.

Do ponto menor ao maior, tudo se renova para o bem.

Portanto, a destruição é aparente, porque ela não passa de uma renovação dos elementos da natureza que se transformam.

A questão é que nesse processo de transformação, enquanto ele não se completa, sempre há um período de estranhamento, de deslocamento, de perturbação, até que os elementos se recomponham em uma nova estrutura, melhor do que a anterior.

Um exemplo é quando mudamos de residência: primeiro, o desconforto de desmontar os móveis e objetos; depois, a perturbação da mudança; então, o estranhamento da casa nova; até que de fato nos sintamos melhor e mais felizes na residência nova.

Esse mesmo processo se dá para a evolução da humanidade, tanto em questões materiais quanto espirituais.

É por meio da destruição de estruturas arcaicas que surgem as novas estruturas da sociedade.

Jesus, ao se referir à destruição do templo, não se referia apenas à destruição física daquele prédio, que de fato ocorreria, mas também se referia, metaforicamente, à substituição dos ensinamentos antigos judaicos pelos novos ensinamentos morais que ele vinha trazer.

Infelizmente, a humanidade só entende a destruição como morte. Por isso, o crimes, os homicídios, os suicídios, as guerras, as violências de todas as formas.

A humanidade precisa entender que precisa destruir o egoísmo, renovando-o em altruísmo.

A humanidade precisa entender que precisa destruir o orgulho, renovando-o em humildade.

A humanidade precisa entender que precisa destruir o vício, renovando-o em equilíbrio.

Não à toa, vez ou outra, Deus permite que grandes calamidades, como terremotos, epidemias e outros desastres naturais assolem a humanidade.

O objetivo do Pai com isso não é destruir a humanidade, mas incentivá-la, de uma forma mais enérgica, a promover as renovações necessárias na sociedade e no íntimo de cada um.

Portanto, a lei de destruição deve ser encarada em sua profundidade moral e não na sua aparente dor.

Jovem! Não tema as calamidades e as violências promovidas pela humanidade. Compreenda que Deus ainda permite que haja esse tipo de lição amarga para que cada um de nós possa renovar os próprios pensamentos e sentimentos, transformando o orgulho, o egoísmo e o vício em virtudes. No processo, há desconforto. Mas a recompensa, compensa.

Vinicius Del Ry Menezes

*para um maior aprofundamento dessa lei, sugere-se a leitura do capítulo Lei de Destruição da obra O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.