JESUS E A GUERRA

JESUS E A GUERRA

19/08/2021 Juventude 0

Roma era um império militarista. Nação nenhuma conseguia impedir o avanço de suas legiões. Dois mil anos atrás, Jesus vivia sob o jugo dos soldados romanos ante a dominação de César na região de Israel. Hoje, as guerras ainda têm seu lugar no mundo.

O apóstolo Tiago tem uma explicação muito interessante para esse fenômeno, reproduzida a seguir:

– De onde vêm as guerras e as discórdias entre vocês? Por acaso não vêm disto: dos seus desejos, por isso que nos seus grupos guerreiam? Ambicionam e nada têm, por isso matam. Invejam, e não podem alcançar, por isso combatem e fazem guerras. Nada têm, porque não pedem.

Em outras palavras, Tiago explica que os grupos entram em guerra entre si por não conseguirem satisfazer seus desejos, suas ambições, suas invejas. Incapazes de conseguirem a felicidade verdadeira, matam aqueles que presumem ser felizes, como forma de roubar essa felicidade para si.

O espírito Joanna de Ângelis reforça esse ensinamento ao dizer que “o homem ainda não aprendeu a ser solidário quando não concorda, preferindo ser solitário, ser opositor”*.

O apóstolo prossegue, explicando:

– Pedem e não recebem, porque pedem mal, para satisfazerem seus desejos. Infiéis, não sabem que a amizade do mundo é a inimizade contra Deus? Portanto, quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

Ou seja, de forma metafórica, Tiago explica que o desejo da posse material, da dominação do mundo é que leva à guerra, pois se a busca fosse pelo crescimento espiritual, o homem estaria mais próximo de Deus, seria seu “amigo”.

Ambição, orgulho, vaidade, posse, inveja, cobiça são sentimentos que levam a humanidade à guerra, pois isso tudo afasta o homem dos verdadeiros valores do espírito: o amor e a humildade.

Joanna de Ângelis reforça esse conceito ao afirmar que “os conflitos degenerativos da sociedade tendem a desaparecer, especialmente quando o homem, em se encontrando consigo mesmo, harmonize o seu cosmo individual (micro), colaborando para o equilíbrio do universo social (macro) no qual se movimenta”.

Justificar uma guerra alegando que ela é santa por ter como objetivo levar a palavra de Deus aos infiéis é apequenar demais a grandeza do criador.

É sério que Deus, o Ser Supremo, a causa primária de todas as coisas, criador do universo e da vida em suas múltiplas expressões, precisa que nós peguemos em armas para levar a palavra Dele aos outros? Que Deus é esse que precisa da nossa ajuda para que haja mais fiéis? Deus de fato está preocupado em ter mais fiéis? Se ele criou tudo, também criou as múltiplas religiões. Se ele assim o fez, é porque há uma causa justa para tal. Quem somos nós para questionar as Suas decisões?

Justificar uma guerra alegando que o objetivo é levar ajuda humanitária ao outro povo é não entender o significado da palavra humanitário.

É sério que para expandir os valores nobres da humanidade é necessário descer à baixeza, ao crime, à corrupção, à vilania, a ponto do ser humano se tornar uma fera mais sanguinária do que muitos animais violentos? O diálogo, a educação, a compreensão, a distribuição justa da riqueza não seriam valores morais suficientes para diminuir as divergências de opiniões sobre determinado assunto?

Guerra, sob hipótese nenhuma, pode ser justificada. Nenhum dos lados do conflito têm razão. Se ela ainda existe é porque a humanidade ainda é incapaz de entender que todos nós, sem exceção, somos iguais em essência, embora diferentes na forma.

Jovem! Não acredite que as guerras, sejam elas santas ou políticas, possam resolver alguma coisa. Há milênios a humanidade pratica a guerra e os conflitos só pioram. Está mais do que provado que esse não é o caminho. Jesus, como sempre, tem a solução: amar o próximo como a si mesmo. Se cada pessoa encarnada nesse planeta Terra compreendesse a profundidade desse ensinamento, ninguém, mas ninguém mesmo, entraria em conflito com o seu próximo. Pode parecer utópico, mas se cada um de nós, que já conhecemos esse ensinamento, praticarmos o amor em nosso dia a dia e pacificarmos o nosso campo íntimo, podemos, sim, mudar o curso de nossa história.

Vinicius Del Ry Menezes

*Sugere-se a leitura do livro O Homem Integral do espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Franco. Editora Leal.