JESUS E A DESGRAÇA

Onde todos viam desgraça, Jesus via oportunidade de crescimento. Não à toa, disse: “bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”.

Para muitos, desgraça é a calamidade pública.

Desgraça é a epidemia generalizada.

É a crise econômica.

É a violência urbana.

É a corrupção pública.

É o terrorismo internacional.

É a mudança climática.

É a falta de emprego.

É a fome.

É a doença.

É o acidente.

É o sonho não realizado.

Todas essas desgraças, na verdade, são as consequências naturais das atitudes equivocadas tomadas pela humanidade.

Na lógica cristã, então, desgraça são os erros cometidos contra si mesmo, contra o outro e contra Deus; erros que, pela lei de ação e reação, desencadearão consequências proporcionais.

Não é o erro da rebeldia que leva a pessoa a não aproveitar as oportunidades de estudos e, consequentemente, a levará ao desemprego?

Não é o erro do orgulho ferido que leva a pessoa ao conflito com o outro e, consequentemente, à violência moral, sexual, espiritual e física?

Não é a prática da violência que leva a pessoa a juntar-se aos semelhantes e, consequentemente, aos grupos criminosos e ao terrorismo?

Não é o egoísmo que leva a pessoa a competir com todos e, consequentemente, acumular para si o supérfluo enquanto o irmão morre à mingua, sem alimento, remédio, roupa e um teto?

Não é a cobiça que leva a pessoa a corromper os outros e, consequentemente, desviar do bom caminho aqueles irmãos mais ingênuos?

Não é a ansiedade que leva a pessoa acidentar-se e, consequentemente, matar inocentes no trânsito?

Não é o medo que leva a pessoa a fugir de si mesma e, consequentemente, matar-se pelo abuso do álcool, da droga e do sexo?

Não é a própria pessoa, então, que gera para si mesma as desgraças?

Então, por que culpar o outro ou a Deus pela desgraça ocorrida?

Por isso, Jesus via a oportunidade de crescimento. Já que a desgraça é a consequência natural das ações equivocadas, ela também é a forma de aprendizagem do que é certo.

O aluno rebelde que reprova de ano vê aí uma desgraça. Mas, se encara com naturalidade a reprovação e estuda, aprende muito mais e sai dessa experiência mais fortalecido.

E a aprendizagem adquirida com a experiência é a consolação.

Jovem! Não se assuste diante de todas as desgraças que assolam o mundo, o país, o bairro e nossas casas e relacionamentos mais íntimos. Nós criamos isso tudo. Encontre a lição de cada desgraça e aprenda o que deve ser aprendido. Para isso, mantenha a calma, a fé e a confiança porque no fim todos aprenderemos e seremos consolados.

Vinicius Del Ry Menezes