NUM MOMENTO DE CRISE

NUM MOMENTO DE CRISE

28/10/2019 Amor e Luz 0

Quando nos vemos obrigados a encarar problemas e contrariedades, o tempo costuma ser um grande com consolador. Ele apazigua as culpas, incita o perdão, dá consciência e renova as esperanças perdidas. É conselheiro fiel, indicando a hora certa para empreender novos passos com segurança.

A pressa, ansiosa e inconsequente, apenas confunde as peças do grande jogo da vida. Aquele que crê, que tem fé sincera, abraçasse à confiança inabalável que anima e a paciência, e arquiteta as melhores ações para tecer um amanhã melhor.

É na tranquilidade da espera que um homem precavido e sereno constrói seu porvir.

Há casos, porém, em que o tempo só faz agravar desarranjos e acentuar contrariedades. Longe de ser o bálsamo que alivia e consola, ele funciona como evidenciador de conflitos não resolvidos, avivando feridas mal cicatrizadas e embaralhando as cartas do destino.

Existe lógica nesta aparente contradição. O tempo obedece a uma das leis universais da criação: Ele se processa em ciclos. Cada ciclo deve-se completar integralmente, cumprir sua função dentro do panorama geral de desenvolvimento de uma dada situação. Por vezes, sentimos que não há saída para os nossos problemas, mas, de um ponto de vista maior, isento e distanciado, aquele momento de sofrimento e desordem, pode ser compreendido apenas como um degrau, um patamar dentro de uma harmonia geral, de uma ordem mais vasta que é imperceptível para o ser localizado no estágio em que parece limitado e confuso.

É como uma espiral, cada volteio de sua corrente parece horizontal e estanque. Mas não é assim. As etapas são progressivas e, apenas da aparente imobilidade, seguem uma tendência inevitável em direção ao alto.

A lei da evolução é absoluta. Encaramos o mal, as crises, as dúvidas e fracassos, como quedas em nossa jornada existencial, por vezes acreditamos ter regredido, presos a acontecimentos desagradáveis, tropeços alheios, ou pessoas que nos constrangem, e aparentemente atrasam. Mas embora assustem, tais contrariedades não são retrocessos, estamos aprendendo e crescendo incessantemente e o regresso não passa de uma ilusão que fere e abala, mas que incita a lutar e seguir.

Só existe um caminho, o do aperfeiçoamento moral. A repetição de faltas, a multiplicação de erros e culpas, é, de fato, uma prisão. Mesmo não caindo jamais para estágios mais atrasados, o espírito sofre enormemente a se ver estagnado, girando à toa num determinado ponto de sua jornada. O segredo é que nós mesmos somos os detentores da chave que destrava a cela dos dissabores. Libertamo-nos quando aprendemos a encará-la como lição, e impulso para que nosso espírito decida sair do lado da indecisão, do momento estanque, do giro em falso, retornando, enfim, ao fluxo de aperfeiçoamento, de subida em direção ao objetivo maior da existência que é o bem.

A caminhada assusta? Dê o primeiro passo e verá que a facilidade se apresenta ao seu coração.

A disputa reina em seu ambiente familiar e de trabalho? Ouça, aprenda a se colocar no lugar do próximo, abrace com vigor a esperança no diálogo e no perdão.

Falta ânimo e disciplina? Reaja, assuma as rédeas de sua vida. Ninguém há de lutar as batalhas que o destino lhe reserva para seu crescimento.

Acredita que tudo é inócuo é sem sentido? Pense nas pessoas que lhe querem bem, abra seu peito para a preciosidade do amor e da compreensão daqueles que o amparam e rodeiam.

Tudo parece confuso? Pare para refletir com calma, relaxe, dê um tempo a si mesmo. Otimismo é o remédio maior para todos os tormentos da alma. Na hora da briga, lembre-se da união maior com os seres do plano espiritual que o apóiam. Eles o ajudarão a encontrar o caminho do meio, do equilíbrio e da paz.

Falta alegria e fé? Ore, apegue-se aos bons livros, aos bons ensinamentos e releia o evangelho, reflita. Tenha esperança e confiança em Jesus.

Na hora do conflito, seja o conciliador.

Na hora da disputa e do desamor, seja a benção de paz.

No momento de crise, ame acima de tudo.

Nuvens carregadas assustam quando dominam o céu. Mas a tempestade fortalece as plantas deixando-as prontas para seguir em seu crescimento assim que retorna o Sol.

Texto de Renato Modesto – pelo Espírito de Amadeus

Revista Espírita Delfos