JESUS E O PARTIDARISMO

JESUS E O PARTIDARISMO

06/07/2023 Juventude 0

Jesus observava as disputas mesquinhas a que os Fariseus e Saduceus se entregavam. Disputas que ora eram abertas, até agressivas, ora eram veladas, por meio de intrigas nos bastidores.

Os fariseus eram doutores da lei que só discutiam as interpretações dos textos sagrados baseados em rituais exteriores, promovendo a discórdia, a intolerância e a perseguição.

Os saduceus se opunham aos fariseus porque não acreditavam na imortalidade da alma, embora acreditassem em Deus, de modo que eram extremamente materialistas, sem se preocuparem com os rituais exteriores.

Ainda hoje o espírito de partidarismo está presente na sociedade.

Partidarismo deriva da palavra partido. Partido significa aquilo que se quebrou, que se dividiu, que se fragmentou.

Por isso, partidos políticos lutam, brigam, caluniam, injuriam. Cada parte briga por uma cota de poder.

Religiões lutam, acusam-se, envaidecem-se, perseguem. Cada uma alega ter a única e exclusiva posse da verdade.

Times de futebol agridem-se, matam-se, aniquilam-se. Cada um deseja eliminar a torcida do outro.

Países invadem uns aos outros, exterminam-se. Cada um deseja a supremacia de sua nação.

Mas o partidarismo não está presente apenas nas grandes instituições da sociedade. Está presente no nosso dia a dia.

Grupos de amigos entram em confronto com outros grupos de amigos, de colégios diferentes, apenas por serem de colégios diferentes.

Grupinhos de alunos ainda menores se juntam para excluir aqueles alunos considerados diferentes, promovendo o bullying, a perseguição e a exclusão.

Profissionais de um departamento da empresa se juntam para se opor aos profissionais de outro departamento, criando rixas desnecessárias no ambiente de trabalho.

Grupinhos de profissionais ainda menores se juntam para assediar moralmente o novo colega de trabalho visto como um “invasor”, perseguir o profissional eficiente da área.

O conceito de divisão está muito arraigado na sociedade. Não à toa, na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo*, Allan Kardec pergunta ao espírito de São Luís se é correto praticar a benevolência apenas entre pessoas da mesma opinião, da mesma crença ou do mesmo partido político. E eis a resposta, transcrita abaixo, por ser simples, direta e conclusiva:

– Não, porque o espírito de seita e de partido é que precisa ser abolido, já que todos os homens são irmãos. O verdadeiro cristão vê irmãos em todos os seus semelhantes e não procura saber, antes de ajudar o necessitado, qual a sua crença, ou a sua opinião, seja sobre o que for. Por acaso, obedeceria o cristão ao preceito de Jesus Cristo, segundo o qual devemos amar os nossos inimigos, se repelisse o outro por ter uma crença diferente da sua? Portanto, ajude-o sem lhe pedir contas à consciência, porque, se ele for inimigo da sua religião, esse será o meio de conseguir que ele a ame. Afastando-o, faria que a odiasse.

Jovem! A sociedade já está muito dividida em diversos partidarismos. Seja você a pessoa que agrega, que junta, que pacifica, que acolhe, que unifica. Onde você estiver, aja como Jesus sempre agiu: pelo bem de todos, independente da crença individual de cada um.

Vinicius Del Ry Menezes

*sugere-se a leitura completa do capítulo 13, Que a Sua Mão Esquerda Não Saiba o Que Dá a Sua Mão Direita, do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, para aprofundamento dessa questão.