JESUS E O MATERIALISMO

JESUS E O MATERIALISMO

06/05/2021 Juventude 0

Tanto na época de Jesus, quanto nos dias de hoje, o materialismo, a avareza e a cobiça fizeram com que muitas pessoas praticassem inúmeros desmandos contra si mesmas e contra o próximo.

Se a caridade, sustentada pela fé que compreende os valores reais da vida, significa trabalhar para o próximo e pelo próximo por amor a ele, o materialismo, sustentado pelo egoísmo, significa trabalhar para si e somente para si, independente dos danos que cause ao outro.

Dinheiro, títulos, carros, apartamentos, joias, equipamentos eletrônicos, propriedades ficam aqui na terra após a morte.

Esses bens materiais são bênçãos que Deus empresta para algumas pessoas para que elas possam gerar benefícios para todos e não apenas para si próprias. Muitas delas, porém, perdem-se no consumismo exagerado, no materialismo egoísta, no medo da perda, justamente porque acreditam que após a morte não existe nada. “Se a morte é o fim, devemos aproveitar a vida ao máximo!”, esse é o lema do materialista.

Mas, depois da morte, a vida continua pulsante em outra dimensão.

Os valores monetários dos bens terrenos perdem sentido diante da vastidão da verdadeira vida: a do espírito imortal.

E eis que surgem os verdadeiros valores que a ferrugem e a traça não estragam: o amor e a sabedoria. Valores morais que deveriam ter sido adquiridos aqui, na terra, nessa vida material, mas que foram relegados a segundo plano diante da busca desenfreada pelos bens monetários.

Trabalhar, progredir, buscar o bem-estar, juntar de forma previdente são atitudes necessárias durante a vida na terra. Atitudes essas que, se bem orientadas pela prática da caridade, geram benefícios para todos, dividindo o supérfluo com quem precisa do essencial e acumulando os bens morais, os únicos verdadeiros.

Porém, crianças e jovens são incentivados, por meio de ensinamentos e exemplos, a se tornarem materialistas.

Diversos bebês de pais ricos são deixados com babás enquanto seus genitores trabalham para acumularem cada vez mais bens supérfluos e desnecessários.

Muitas escolas ensinam os alunos apenas a passarem no vestibular, sob a alegação de que se o aluno não entrar em uma grande universidade ele será um fracassado para o resto da vida.

Vários pais obrigam seus filhos a estudarem inglês, mandarim, programação, a praticarem esportes para vencerem competições, a estudarem artes para exporem seus dotes, com a justificativa de que futuramente isso será relevante para a profissão, sem se importarem com as reais aptidões dos filhos.

Durante a faculdade, muitos jovens são pressionados a conseguirem um estágio o quanto antes; estágio no qual muitas vezes serão explorados, sob a justificativa de que isso lhes conferirá bons contatos e oportunidades de crescimento profissional.

Conhecer-se a si mesmo, respeitar o próximo, praticar a caridade, trabalhar de forma colaborativa, ter fé, estudar pelo prazer do saber, desenvolver a paciência, o amor e a sabedoria são valores deixados de lado.

Naquela tarde, em meio à multidão, Jesus contou a seguinte parábola:

– Um homem rico, cujas terras tinham produzido muito além do esperado, pensava com ele mesmo: “o que farei, porque não tenho lugar onde colocar tudo o que colhi?”. E então, ele teve a seguinte ideia: “derrubarei os meus celeiros e construirei outros muito maiores e aí colocarei toda a minha colheita e todos os meus bens! E assim poderei dizer para minha alma: tenho muitos bens reservados para vários anos; vou repousar, comer, beber, ostentar”. Mas Deus, vendo isso, disse para esse homem: “Insensato! Vou retomar a sua alma esta noite mesmo. Para quem ficará o que você acumulou?”.

E Jesus concluiu:

– É isso o que acontece com aquele que junta tesouros para si mesmo, mas que não é rico diante de Deus.

Jovem! Trabalhe, estude, conquiste, mas não se perca no materialismo egoísta incentivado por uma sociedade que vive iludida em relação aos bens materiais. Trabalhe, estude e conquiste para poder fazer como Paulo de Tarso escreveu na epístola aos Efésios: “trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com quem tem necessidade”.

Vinicius Del Ry Menezes