JESUS E O DIVÓRCIO
“Que o homem não separe na terra o que Deus juntou no céu”, disse Jesus, referindo-se ao casamento.
Os fariseus que tentavam provocá-lo questionaram o porquê, então, Moisés permitira que um homem desse uma carta de separação e devolvesse sua esposa. Jesus respondeu que foi “pela dureza de vossos corações que Moisés lhes permitiu devolver suas esposas, mas não foi assim desde o princípio”.
Para se entender esses ensinamentos de Jesus, é necessário, como sempre, vê-los pela perspectiva espiritual e não pelo lado puramente físico.
A vida conjugal é planejada antes mesmo da reencarnação do casal com a ajuda dos mentores da espiritualidade, de modo a reforçar ou reajustar os laços espirituais entre os cônjuges. Por isso Jesus disse que é Deus no céu que junta o casal. Como ensinar isso de outra forma para uma sociedade ainda tão mal instruída no campo da espiritualidade?
Se o casamento é planejado pelos mentores da espiritualidade, isso significa que ele tem um profundo significado educativo para os cônjuges. Cada indivíduo tem sua cota de aprendizagem com o outro dentro de um casamento. Essa aprendizagem será tanto mais fácil, quanto mais amor o indivíduo colocar na união.
E é aqui que mora o problema.
Nem sempre o indivíduo consegue colocar o amor necessário para manter os laços do matrimônio, embora ele seja capaz disso, pois os mentores da espiritualidade jamais colocariam duas pessoas juntas se elas não fossem capazes de aprender umas com as outras e de se amarem.
É dessa dificuldade que surgem as crises no casamento. Crises naturais, uma vez que nenhum de nós possui evolução moral suficiente para amarmos o tempo todo. No entanto, quando o casal em crise tem disposição para enfrentá-la juntos, cedo ou tarde a crise é superada e os laços de amor são aprofundados.
Porém, em alguns casos, o divórcio é consumado, porque da mesma forma que alguns alunos abandonam a escola, por indiferença aos estudos, também alguns cônjuges abandonam seus parceiros, perdendo a chance de aprenderem juntos.
Vale lembrar o que Jesus disse sobre isso aos Fariseus: “pela dureza de vossos corações Moisés lhes permitiu devolver suas esposas, mas não foi assim desde o princípio”.
Alguns casamentos fracassam, portanto, pela dureza dos corações, embora tivessem total condição de serem bem-sucedidos, de acordo com o planejamento da espiritualidade.
Porém, nem todo casamento na terra foi, de fato, planejado pelos mentores da espiritualidade, desde o princípio.
Muitos casamentos se dão por motivos alheios ao amor e estão naturalmente fadados ao fracasso, sendo o divórcio a única opção sensata a se tomar. Esses motivos alheios ao amor também se dão pela dureza do coração.
É a dureza do coração que leva a um casamento por interesses financeiros.
É a dureza do coração que leva a um casamento por interesses sexuais.
É a dureza do coração que leva a um casamento por interesses em posses.
É a dureza do coração que leva a um casamento por diversos interesses mesquinhos.
Casamento sem amor leva ao desespero, à posse, ao ciúme, ao abandono, ao desrespeito, à violência e até ao crime. O divórcio, portanto, passa a ser a única opção sensata quando o casamento não é baseado no amor sincero, recíproco, respeitável e saudável.
E como saber quando o casamento de fato foi planejado pela espiritualidade e quando se dá apenas por interesses baixos? Somente o casal envolvido pode responder a essa questão.
Jovem! Jamais tenha preconceito com quem se divorciou. Ninguém sabe os motivos pelos quais o casal tomou aquela decisão. Às vezes, nem o próprio casal consegue entender o que se passa. Porém, no dia em que pensar em se casar, pense bem, pense profundamente, pense com o coração, para que você realmente queira se casar com quem de fato você “foi ligado nos céus, desde o princípio” para que a decisão tomada não seja tomada pelos interesses mesquinhos da matéria.
Vinicius Del Ry Menezes