JESUS E O CARNAVAL

JESUS E O CARNAVAL

20/02/2020 Juventude 0

Jesus estava sentado. Ao seu redor, centenas de pessoas acomodavam-se na base de um monte ouvindo o discurso mais importante que Jesus já proferira até então: o Sermão da Montanha, um conjunto de princípios filosóficos e morais capazes de transformar para o bem toda a nossa humanidade.

Idosos, crianças, adultos, até alguns animais, estavam ali, em silêncio, respeitosos, ouvindo aqueles diversos ensinamentos.

Jonas, um senhor magro, pobre e doente, ouvia tudo emocionado, tentando segurar o choro. Foi então que, durante o discurso, Jesus pousou o olhar sobre ele e disse: “mas que seja o vosso falar: sim, sim, não, não. Porque tudo o que daqui passa, procede do mal”.

Diante dessas palavras, Jonas não se conteve. Sua consciência pesou. Chorou. Um choro amargo de arrependimento. “Ah, se eu soubesse disso antes, se tivessem me ensinado esses princípios quando eu era jovem!”.

A mente de Jonas divagou. Ele lembrou-se de diversas passagens de sua vida.

Rememorou a adolescência rica na casa de seus pais, que tanto fizeram para que ele se tornasse um homem digno. Mas Jonas jogara a oportunidade fora quando seu pai propôs que ele fosse estudar na Grécia e ele disse que sim, mas, pelas costas de seu pai, manipulou a situação para que não fosse, pois não queria separar-se dos amigos. Seu pai perdeu muito dinheiro e não entendeu o que fizera de errado, sem nunca saber que a culpa foi do próprio filho.

Jonas, então, lembrou-se dos amigos e como ele sempre dizia sim para todas as coisas erradas que eles propunham, mesmo quando sua consciência dizia não, como nas vezes em que iam aos prostíbulos famosos da época, locais onde contraiu algumas doenças, e também nas vezes em que ia a festas nas quais não se sentia à vontade.

Foi assim que perdera Ester, a jovem que tanto amava, pois disse não a ela, para dizer sim a Miriam, filha de um comerciante rico. E para dizer sim a Miriam, teve que dizer não para o filho bastardo que teria com uma das meretrizes de um dos prostíbulos. Por mais que sua consciência o acusasse dos erros cometidos, ele sempre dizia sim ou não ao contrário do que era necessário.

E já na fase madura da vida, ao invés de dizer não a um suposto investimento suspeito em um comércio estrangeiro, disse sim. Perdeu todo o seu dinheiro. Perdeu Miriam, que se suicidou em desespero. Perdeu de vez a saúde. Perdeu a dignidade.

Jovem! Que a sua consciência seja o teu guia. Nunca aja ao contrário do que ela te diz que é o certo ou que é o errado. É comum na adolescência agirmos de forma contrária aos nossos desejos e crenças para agradarmos aos nossos amigos e não sermos motivo de piada, ou até mesmo excluídos, pelo grupo. Usamos máscaras emocionais com medo de nos revelarmos como somos. Por isso, nesse carnaval, faça somente aquilo que for bom para você, aquilo que sua consciência ditar que é o correto. Diga sim, quando realmente quiser dizer sim. Diga não, quando realmente quiser dizer não. Quem for teu amigo verdadeiro, irá te respeitar. Assim, cada dia mais você se tornará uma pessoa segura e íntegra que respeita o próximo e é respeitado por ele.

Vinicius Menezes