JESUS E AS MORTES COLETIVAS

JESUS E AS MORTES COLETIVAS

09/02/2023 Juventude 0

Bem-aventurados os aflitos, disse Jesus, durante o Sermão da Montanha, porque serão consolados.

Em um mundo em que as aflições se avolumam, esse ensinamento é mais do que necessário: é o único capaz de acalmar corações e mentes.

As aflições pelas quais passamos são consequências de nossas atitudes. Demissões, divórcios, doenças preveníveis, imprudências, brigas e discussões são aflições para que possamos refletir sobre as nossas atitudes, pensamentos e sentimentos em relação a nós e aos outros.

Mas há aquelas aflições que parecem extrapolar a nossa responsabilidade. Guerras, terremotos, acidentes, fatalidades em geral são dores que parecem não depender de nossas atitudes.

De fato, talvez não dependam de nossas ações atuais, mas se estamos envolvidos nessa fatalidade, as causas estão em nossas atitudes inconsequentes, imprudentes e violentas realizadas em encarnações passadas.

Nas mortes coletivas, o grupo precisa estar junto, passando por esse momento como forma de resgatar e expiar débitos adquiridos coletivamente. Débitos que agora voltam de forma violenta para que cada pessoa envolvida possa refletir sobre as atitudes erradas que tomou outrora.

Claro que essa reflexão se dará no plano espiritual, já que a vida não termina no túmulo.

Por mais chocante que isso seja, se olharmos a situação pelo ponto de vista espiritual, essas mortes coletivas permitem que aquelas pessoas possam se livrar de débitos passados, refletir sobre as suas atitudes e fortalecerem os seus espíritos para continuarem a sua jornada evolutiva. São aflições amargas, provas difíceis, mas que fortalecem e amadurecem os espíritos envolvidos, tanto para quem desencarna quanto para os familiares das vítimas.

As mortes coletivas, portanto, libertam aquela coletividade de responsabilidades adquiridas em conjunto em encarnações passadas.

E não há consolo maior do que entender os motivos pelos quais passamos por determinadas provas e expiações.

Na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Espírito de Santo Agostinho pergunta: “até quando os vossos olhares se deterão nos horizontes que a morte limita? Quando, afinal, vossa alma se decidirá a lançar-se para além dos limites de um túmulo? Houvésseis de chorar e sofrer a vida inteira, que seria isso, a par da eterna glória reservada ao que tenha sofrido a prova com fé, amor e resignação? Buscai consolações para os vossos males no porvir que Deus vos prepara e procurai-lhe a causa no passado”*.

Não há mortes coletivas sem responsabilidades conjuntas. Não há dor sem motivo. Não há efeito sem causa.

Mas também não há aflição sem consolação. Ao lado da prova mais rude, por misericórdia, Deus põe consolações inimagináveis para aqueles que têm fé, amor e resignação.

Jovem! O choque ao ver essas mortes coletivas deve ser transformado em oração de paz para todas as vítimas envolvidas, tanto as que desencarnam quanto para os seus familiares. Tenha fé em Deus, ame seu próximo e seja resignado com as suas dores, sejam elas quais forem. Essa é a senha para que possamos enfrentar qualquer aflição, principalmente as coletivas.

Vinicius Del Ry Menezes

*sugere-se a leitura do capítulo 05, Bem-aventurados os Aflitos, do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, para aprofundamento dessa questão.