JESUS E A RELIGIÃO

JESUS E A RELIGIÃO

09/04/2020 Juventude 0

Certo dia, reunido com os seus discípulos, Jesus disse a seguinte frase: “este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Adoram-me, porém, em vão, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”.

Jesus se referia à religião. Religião é uma palavra de origem grega que significa “religar-se ao criador, ao pai, a Deus”.

Ora, se Deus criou tudo, criou a religião, ou seja, a capacidade do ser humano de se religar a Ele, evoluindo através das inúmeras encarnações até voltar ao Pai ao atingir o máximo da perfeição possível para um ser humano.

Já as diversas doutrinas religiosas, como o próprio Jesus disse na assertiva acima, são invenções dos homens. A humanidade, não conseguindo ainda se religar a Deus por meio do amor, tem a necessidade de criar rituais, dogmas, objetos palpáveis e imagens para personificar essa ligação.

Jesus não inventou a religião, mas ele a elevou ao máximo para a época, uma vez que a religião deve progredir, já que o progresso é lei geral do universo. Na infância da humanidade, a revelação de um Deus único, criador de tudo, foi feita por Abraão. A essa revelação foi acrescentada as leis morais por Moisés, através do Decálogo. Cristo veio e elevou essas revelações colocando o amor como a base para o caminho até Deus. E ainda assim Jesus disse que não poderia revelar tudo naquele momento, mas que mandaria, no futuro, o Espírito da Verdade para revelar, de maneira factual e científica, novas informações. Ou seja, a religião progride assim como tudo no universo. Portanto, a religião é criação divina.

Já as diversas doutrinas e diferentes interpretações das revelações divinas são criações de nós, humanos. A princípio, nada há de errado com elas, já que cada pessoa tem gostos e necessidades religiosas diferentes. O problema é que muitos religiosos, muitos praticantes de determinadas seitas, profissionais da fé, deixaram-se perder no orgulho e na vaidade, acreditando-se maiores do que Deus, permitindo-se criar regras, cultos, dogmas que nada tem a ver com a religião de Deus, manipulando a fé alheia com objetivos financeiros e que, infelizmente, mais tem afastado as pessoas do Pai do que as aproximado. Pior: muitas pessoas têm se tornado cínicas e descrentes em relação à religião.

Mas Deus, em sua infinita misericórdia, não abandona nenhum filho. Mesmo porque em lugar nenhum está escrito, e nem mesmo Jesus disse, que não há salvação para quem está fora da igreja, templo, centro espírita, terreiro de umbanda, etc. Ou seja, a única forma de se religar ao Pai Maior é por meio do amor, independente da doutrina que se segue. Por isso, muitos ateus são mais religiosos sem o saberem do que muitos fiéis que usam a religião em benefício próprio. 

Note, porém, que quando se fala em amor, não se diz daquele amor romântico entre um casal. O amor aqui é aquele respeito profundo pela vida, em todas as suas formas e em todas as suas expressões. Aquele respeito que vê o outro como irmão. Aquele respeito que aceita o outro como ele é. Aquele respeito que compreende. Aquele respeito que faz com que se saiba que não se sabe de tudo, ou seja, aquela compreensão de que a própria convicção pode estar errada e o outro pode estar certo sobre determinada questão, até mesmo religiosa.

Esse ensinamento de Cristo é corroborado por Paulo de Tarso, quando afirmou para “examinar tudo, mas abraçai só o que for bom”.  Ou seja, estudar as religiões humanas, mas apenas reter aquela que for realmente baseada no amor.

Jovem! Independente da religião que você segue, ou até mesmo se você for ateu, estude, raciocine, questione, filosofe, não se deixe manipular por pseudos-religiosos. Participe daquela religião que te faça bem, enquanto ser humano. Aquela religião que te faz ser uma pessoa melhor. Essa é a religião ideal para você. Frequente-a com amor, levando esse amor, esse respeito, para as suas relações sociais diárias. Assim, minuto a minuto, você estará mais religado ao nosso Pai.

Vinicius Del Ry Menezes