JESUS E A NOVA GERAÇÃO

Ao ser questionado sobre por que os seus discípulos não praticavam o jejum, Jesus deu a seguinte explicação:

– Ninguém costura remendo de pano novo em vestido velho. Caso contrário, o remendo novo tira parte do velho e torna-se ainda maior o rasgo.

Uma explicação metafórica para algo que acontece até hoje.

O pano velho, rasgado, que precisava ser remendado era uma alusão às religiões dominantes da época.

Essas religiões deturparam os ensinamentos mosaicos, estipulando rituais e dogmas que em nada ajudavam na elevação espiritual de seus discípulos.

Essas religiões rasgaram os tecidos espirituais dos profundos ensinamentos, tecendo tramas de corrupção mercantil, onde a matéria e o dinheiro ganhavam destaque.

O jejum, prática comum, enquadrava-se nessas práticas que mortificavam o corpo físico, mas que em nada ajudavam o espírito a elevar-se sobre a matéria.

Jesus, como legítimo representante da doutrina de amor, vinha sacudir esses panos velhos, rasgados, abrindo caminho para uma nova geração: aquela que compreendia a imortalidade da alma, o crescimento espiritual, a renovação moral.

Se Jesus adotasse, com os seus discípulos, o velho hábito do jejum, seria como colocar um tecido novo, os seus ensinamentos, em um tecido velho, as religiões corrompidas.

Dessa costura, nada de bom viria.

E Jesus vai além, acrescendo à explicação o seguinte ensinamento:

– Ninguém põe vinho novo em jarra velha, porque o vinho fará arrebentar a jarra. Pelo contrário, o vinho novo é colocado em jarra nova.

Metaforicamente, Jesus demonstra que o vinho novo, mais saboroso, não pode ser misturado nos recipientes dos vinhos velhos, pois do conflito entre os vinhos, a jarra se quebraria, ou seja, do conflito entre os ensinamentos, as instituições que assim procedessem encontrariam a discórdia e dissensão.

Ao ensinar o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, Jesus traz o vinho novo, o pano novo, que deve ser usado de forma nova, e não ser acomodado nas velhas instituições arcaicas, capazes de corromperem os novos ensinamentos com as práticas abusivas a que estavam acostumadas.

Jesus, portanto, exalta, nessa lição, a nova geração.

Aquela geração que seguiria os seus passos e levaria os seus ensinamentos aos quatro cantos do mundo.

Aquela geração que se transformaria moralmente, tornando-se novos discípulos de sua causa.

Aquela geração que não hesitaria em confrontar as velhas instituições.

Aquela geração que se alistaria para a revolução que Jesus propunha: a revolução do amor.

Jovem! Até hoje Jesus recruta novos membros para a sua causa: o amor. Para isso, basta abandonar os velhos panos e alistar-se ao seu exército de discípulos, transformando-se a si mesmo por meio do amor a Deus e ao próximo.

Vinicius Del Ry Menezes