JESUS E A MALDADE

JESUS E A MALDADE

13/10/2022 Juventude 0

Durante o Sermão da Montanha, Jesus disse o seguinte:

– Vocês ouviram o que foi dito: olho por olho e dente por dente! Eu, porém, lhes digo: não se vinguem de quem fez o mal a vocês.

O público que o assistia se surpreendeu com esse ensinamento, afinal a Lei Mosaica mandava que a punição fosse igual ao crime cometido.

Jesus continuou o ensinamento:

– Pelo contrário: se alguém lhe dá um tapa na face direita, ofereça também a esquerda! Se alguém faz um processo para tomar a sua túnica, lhe dê também o manto! Se alguém te obriga a andar um quilômetro com ele, caminhe dois.

O espanto foi geral. Ainda hoje muitos se espantam com essa passagem do Evangelho.

A vingança era uma prática normal, prevista em lei. Na época, como ainda hoje, muitas pessoas acreditavam que a maldade só podia ser extinta por meio da vingança.

Jesus veio ensinar que não, que a maldade só pode ser eliminada pelo seu oposto: a bondade.

Por isso, o Mestre diz para dar a face esquerda àquele que lhe bateu na direita. Muitos ainda não entenderam que isso é uma metáfora para o perdão, e não para a submissão.

Jesus incentivava, por meio de uma metáfora poderosa, a perdoarmos, a não revidarmos a violência sofrida, gerando mais violência, num clico vicioso sem fim.

Incentivava que não nos apegássemos aos bens materiais, dando o manto, peça de roupa muito utilizada na época, a quem pedisse a túnica, outra peça do vestuário típico do local. Que metáfora poderosa para perdoarmos aqueles que nos roubam, que nos desfalcam, que nos traem!

Incentivava também a ajudarmos aquelas pessoas que nos sobrecarregam de trabalho, de problemas, de pedidos ao nos incentivar a andarmos dois quilômetros com quem nos pediu um. Na época, os soldados romanos tinham o direito de ordenar que qualquer judeu os acompanhasse em viagem como servos para atender-lhes as necessidades. Que metáfora poderosa para a manutenção da paz nos nossos ambientes de estudo, de trabalho, de lazer, inclusive, no nosso próprio lar.

A bondade praticada a favor do nosso ofensor é luz que ilumina a consciência dele.

E há muitas formas de praticar essa bondade: um sorriso, uma oração, um olhar manso, um silêncio, um afastamento temporário, enfim, qualquer atitude que não meça forças contra o ofensor.

O que muitos ofensores querem é justamente a briga, o conflito, a confusão, porque eles gostam da maldade.

Ao devolver a maldade com a mansidão, com um sorriso, com um recuo, o ofensor perde a força, porque a luz lhe ofusca.

Paulo de Tarso aprendeu isso muito bem. Tanto é que escreveu a seguinte frase na carta aos romanos: “não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”.

Jovem! Não revide, não se vingue, não retruque, não “bata de frente” contra aquele que te ofende, que te provoca, que te humilha. Se afaste, silencie, ore, “deixe pra lá”, faça o bem a ele caso a oportunidade surja. A força da bondade é infinitamente superior a da maldade. Tanto é que Jesus termina esse ensinamento, dizendo: “dê a quem lhe pedir, e não vire as costas a quem lhe pedir emprestado”. Portanto, forte é quem age no bem, e não quem se perde no mal.

Vinicius Del Ry Menezes