JESUS E A INTOLERÂNCIA

JESUS E A INTOLERÂNCIA

11/06/2020 Juventude 0

Certa manhã, Jesus pregava no templo. De repente, um pequeno tumulto começou. Vozes altas eram ouvidas. Todos olharam de onde vinha a confusão.

Um grupo de homens, de todas as idades, abria caminho por entre os frequentadores do templo. Ao encontrarem Jesus, pararam e o cercaram. De dentro do grupo, uma mulher foi jogada ao chão, aos pés de Cristo.

Um dos homens, completamente transtornado, olhos arregalados, respiração ofegante, aproximou-se de Jesus e disse:

– Jesus, essa mulher foi flagrada cometendo adultério! A lei de Moisés ordena que as mulheres adúlteras sejam apedrejadas. O que diz você sobre isso?

O Mestre olhou em torno. Cada homem carregava um pedaço de pedra; algumas bem grandes. Todos olhavam para Jesus, esperando a ordem para apedrejá-la.

Jesus olhou para a mulher caída no chão, vestes rasgadas, machucada, chorando convulsivamente, tremendo de medo.

O clima era de tensão. O templo parou para observar a cena e ver a reação de Jesus. O objetivo daqueles homens não era apenas apedrejá-la, mas também levantar provas contra Jesus por insubordinação às leis mosaicas.

Jesus, então, virou-se de costas para o homem, abaixou-se e começou a desenhar com o dedo na areia do chão.

Os homens ficaram mais transtornados ainda. Lançaram diversas perguntas sobre as leis de Moisés, xingaram a mulher, aproximaram-se mais dela e de Jesus, intimidando-os.

A situação beirava a violência generalizada.

Percebendo a gravidade da situação, Jesus levantou-se, encarou todos de forma serena e disse:

– Aquele entre vocês que estiver sem pecado, atire-lhe a primeira pedra.

E virou-se e continuou a desenhar no chão.

A consciência de cada um daqueles homens pesou. Ninguém esperava ouvir palavras tão profundas. Nenhum deles tinha autoridade moral para condenar aquela mulher. Jesus que tinha, não o fez.

Um por um, cada homem retirou-se, envergonhado. Os velhos foram os que saíram primeiro. Sabiam que se alguém ali tivesse coragem de acusá-los de seus pecados, a lista seria grande, então era preciso sair dali o mais rápido possível.

A situação se acalmou.

Jesus ergueu-se e perguntou para a mulher:

– Mulher, onde estão os teus acusadores?  Ninguém te condenou?

Ela respondeu:

– Não, senhor.

Então Jesus proferiu uma das maiores lições sobre tolerância que a humanidade já teve:

– Eu também não te condeno. Vá, e não erre mais.

Ela partiu, aliviada, emocionada, e também com a consciência pesada. Ela entendeu que o adultério que cometera era errado, inclusive Jesus deixou claro isso ao dizer para que não errasse mais. Mas agora ela teria a oportunidade de amadurecer e aprender com os próprios erros.

Jovem! A intolerância para com os erros do próximo é o gatilho para a violência. Quem tolera, porém, não pode ser conivente com o erro, mas deve agir de modo a ajudar quem erra a consertar o próprio erro. Lembre-se que todos nós erramos, cedo ou tarde. E quando isso acontece, desejamos que haja alguém do nosso lado que nos ajude. Por isso que Jesus disse: felizes são os misericordiosos, pois receberão misericórdia. Pensemos nisso antes de atirarmos a próxima pedra.

Vinicius Del Ry Menezes