JESUS E A INGRATIDÃO

JESUS E A INGRATIDÃO

03/08/2023 Juventude 0

Na parábola do Filho Pródigo, Jesus narra a história do filho imprevidente que gasta a herança do pai com os gozos terrenos e que, falido, retorna à casa do pai em busca de acolhimento e refazimento.

Mas nessa parábola também há a figura do filho obediente. Aquele filho que ficou em casa fazendo tudo o que o pai lhe pedia.

E o filho obediente, ao saber que o filho pródigo voltara e que o pai lhe promovia uma festa, revoltou-se, negando-se a entrar em casa, como uma criança mimada.

Quando o pai o buscou para saber o que havia, o filho obediente lhe disse:

– Há tanto anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para me alegrar com os meus amigos. Mas, quando veio este teu filho que gastou teus bens com prostitutas, você lhe fez esta festa.

Ao se gabar de nunca tê-lo desobedecido, esse filho demonstra que, em seu íntimo, ele esperava reconhecimento por parte do pai.

Ao reclamar de nunca ter tido uma festa, esse filho acusa o pai, de forma indireta, de sofrer ingratidão. Ou seja, essa reclamação do filho obediente esconde o sentimento de ingratidão que ele acha que o pai tem para com ele.

Ofendido, ele esperava demonstrações mais efusivas de gratidão por parte do pai.

Fica a pergunta, então: o filho obediente agia de forma correta por ser uma pessoa boa ou por esperar demonstrações de gratidão por parte do pai?

Ele procedia de forma correta por saber ser isso o certo ou para receber mais vantagens do que o irmão imprevidente?

Ele esperava ganhar mais sendo bom do que o irmão sendo mal?

Ele agia desprovido de segundas intenções?

Essas perguntas podem ser expandidas para nós nos dias de hoje.

Quantos de nós agimos no bem por realmente acreditarmos no bem sem esperar nada em troca?

Quantos de nós agimos no bem sem esperar a gratidão alheia?

Quantos de nós agimos no bem de forma espontânea sem nenhum cálculo prévio de possíveis benefícios futuros?

Quantos de nós agimos no bem sem nos ofendermos com as atitudes do outro com as quais não concordamos?

Quantos de nós agimos no bem por sermos bons?

A grande maioria ainda age no bem esperando algo em troca. E geralmente algo que o outro não pode nos dar. E quando o outro não nos dá aquilo que achamos ser nosso por direito, nos ofendemos, acusando-o de ser ingrato para com nós.

Quando agimos no bem sem segundas intenções, somos gratos pela oportunidade do bem realizado e jamais nos ofendemos com as atitudes de quem recebeu a nossa ajuda, por mais incoerentes que essas atitudes pareçam para nós.

Jovem! Seja grato por todas as oportunidades de ser útil e de agir no bem que lhe apareçam. Mas jamais espere demonstrações de gratidão de ninguém. E jamais acuse o outro de ser ingrato para com você. Muitas vezes, aquilo que você chama de ingratidão, é muito mais do que o outro podia realmente lhe dar. Portanto, seja sempre grato, sem ser ingrato para com ninguém.

Vinicius Del Ry Menezes