JESUS E A EXCLUSIVIDADE

Os fariseus, irritados pelo fato de que Jesus deixara os saduceus sem palavras e argumentos, se reuniram para tentar calar o Mestre. Um dos fariseus perguntou:

– Mestre, qual é o grande mandamento da lei?

Jesus lhe respondeu:

– Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. Esse é o maior e o primeiro mandamento.

Jesus fez uma pausa para que os fariseus relembrassem esse mandamento e, após alguns segundos, ajuntou:

– E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.

Fez-se um silêncio pesado por parte dos fariseus, incapazes de rebaterem esses dois mandamentos.

E eles eram incapazes de rebatê-lo justamente porque se achavam na posse exclusiva de todas as verdades universais referentes à lei de Deus, agindo de forma preconceituosa contra todas as outras etnias ou segmentos religiosos.

Os fariseus acreditavam que as revelações espirituais eram exclusivas deles.

E ainda hoje, esse pensamento fariseu perdura.

É a igreja católica acreditando que o Espírito Santo é exclusivo dela, excluindo-o dos demais.

É a igreja evangélica acreditando que a salvação é exclusiva dela, excluindo-a dos demais.

É o centro espírita acreditando que a evolução espiritual é exclusiva dele, excluindo-a dos demais.

É o ateu acreditando que só a sua certeza é exclusiva representante da verdade, excluindo-a dos demais.

É a política acreditando que as leis divinas são exclusivas de determinado partido, excluindo-as dos demais.

É o padre pensando que será salvo por acreditar exclusivamente na Bíblia.

É o pastor evangélico pensando que será salvo por frequentar exclusivamente o Templo.

É o dirigente espírita pensando que evolui mais por compreender exclusivamente a Reencarnação.

É o ateu pensando que é melhor do que os outros por se orgulhar exclusivamente de sua racionalidade.

É o político “religioso” manipulando exclusivamente os seus eleitores fiéis.

Amar o próximo como a si mesmo é compreender que ninguém possui a exclusividade da verdade.

Deus não é exclusivo de religião nenhuma, de crença nenhuma, de pessoa nenhuma.

Jesus não é exclusivo de religião nenhuma, de crença nenhuma, de pessoa nenhuma.

Querer exclusividade de Deus ou de Jesus é rebaixar o amor divino a nossa pequenez.

Jovem! Jesus disse que fora da caridade não há salvação. Isso significa que não é pelo fato de acreditar ou não, frequentar ou não, ler a Bíblia ou não que fará diferença em nossas vidas. O que fará diferença é a caridade que praticarmos para com o nosso próximo, seja ele quem for e onde esteja, porque a caridade é a única força capaz de acabar com a divisão do exclusivismo imposto pelos fariseus modernos.

Vinicius Del Ry Menezes