JESUS E A COVARDIA MORAL

Há duas passagens no Evangelho de Jesus que exemplificam a diferença entre a coragem moral e a covardia moral.
Jesus tinha sido convidado para almoçar na casa de Simão, um rico fariseu, que tinha por objetivo levantar provas contra o Mestre. Ciente da artimanha a que estava exposto, Jesus aceitou o convite e, mesmo tendo a sua atitude minuciosamente observada por todos os presentes no almoço, ele continuou agindo como ele era, da forma correta, sem se importar com o que os outros iriam pensar sobre ele.
O ponto alto dessa coragem moral foi o momento em que a então prostituta Maria de Magdala entrou no recinto e lavou os pés de Jesus com um bálsamo. Todos os presentes se escandalizaram com a atitude de Jesus em permitir que ela tocasse seus pés.
Aproveitando o carinho recebido, Jesus deu uma lição sobre o amor e o perdão aos mais fracos, pois ele deixou claro que ela, pecadora, teria os erros perdoados por saber amar o próximo, ao contrário dos ricos fariseus ali presentes.
Ele protegeu uma prostituta e condenou um rico influente na presença dos seus amigos. Era necessária muita coragem moral para uma atitude como essa naquele tempo.
Ao contrário, ao ser preso pelo Sinédrio, Jesus foi vítima das mais absurdas covardias morais causadas pelos fariseus: tapas, socos, cuspes, vestes rasgadas, chicotadas, xingamentos, ironias, sarcasmos…
A coragem moral é fazer o certo em qualquer lugar, em qualquer circunstância, independente da consequência que se sofra.
Coragem moral é proteger o fraco.
A covardia moral é praticar a violência contra o mais fraco por se estar de alguma forma protegido. Em condições de igualdade, essa violência contra o outro não seria realizada.
Covardia moral é violentar o mais fraco.
E há muitas formas de se praticar a covardia moral.
Maus tratos aos animais.
Maus tratos aos deficientes físicos e mentais.
Bullying no colégio contra colegas “diferentes”.
Assédio sexual.
Falsa superioridade de quem trabalha remunerado em relação ao companheiro ou companheira que não trabalha e é dependente financeiramente.
Aproveitar-se da confiança do outro para usá-lo em benefício próprio sem que ele o saiba.
Assédio moral a funcionários que temem perder o emprego.
Aproveitar-se da ingenuidade ou da falta de conhecimento do outro para tirar vantagens financeiras dele.
Jovem! É por causa da covardia moral que o mundo ainda é um lugar de desconfianças mútuas. Não tema proteger os mais fracos. A sua atitude de coragem pode mudar todo um ambiente. Jesus em momento nenhum deixou de ajudar aqueles excluídos da sociedade. O dia em que realmente o forte proteger o fraco, seremos todos iguais, e o mundo será um lugar muito melhor de se viver.
Vinicius Del Ry Menezes