JESUS E A COMPETIÇÃO

Jesus, calmamente, observava a competição entre os seus próprios discípulos.

Conceitualmente, competição é a disputa por algo. É um ato de oposição, onde há sempre um vencedor e um perdedor, um vitorioso e um derrotado.

Às vezes, além da disputa entre as partes, formam-se torcidas para cada lado. E, invariavelmente, essas torcidas entram em conflito entre si, descambando para a violência generalizada.

Incapaz de trabalhar junto, a humanidade ainda sente a necessidade da divisão e da oposição, como forma dos membros dos grupos se sentirem seguros.

Mais do que nunca, a sociedade incentiva, valoriza e premia a competição em todos os segmentos.

Competições esportivas colocam um grupo contra outro.

Competições políticas colocam partidos contra partidos.

Competições artísticas relegam uma obra em detrimento da outra.

Competições econômicas geram conflitos entre nações.

Competições religiosas disputam Deus só para os seus seguidores.

Competições no ambiente de trabalho levam profissionais a tomarem atitudes antiéticas.

Competições na escola ensinam os jovens a concorrência e não o valor da amizade.

Competições dentro do lar tornam maridos, esposas, irmãos, irmãs, parentes, inimigos uns dos outros.

Competições sanguinolentas tornam-se tema para séries, filmes e livros, criando a ilusão de que o vencedor é quem mais mata.

Qualquer tipo de competição contra o outro é uma busca para saciar o próprio egoísmo.

A necessidade de vencer o outro surge do nosso ego inflado. Para eu me sentir bem comigo mesmo eu preciso me sobrepor ao outro. Por isso, entro em conflito contra ele para vencê-lo, humilhá-lo, demonstrando, assim, a minha superioridade nesse campo, nessa área, nesse esporte, nessa disciplina, na vida. Inconscientemente, é essa a lógica que se passa na nossa mente ao entrarmos em qualquer disputa, seja ela aberta ou velada.

Incapazes de resolverem a disputa que travaram entre si, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram:

– Quem é o maior no reino dos céus?

Chamando uma criança que por ali passava, Jesus a colocou no meio dos discípulos e respondeu-lhes:

– Quem se tornar humilde como essa criança, esse é o maior no reino dos céus.

A humildade gera empatia, que gera amizade, que gera companheirismo que acaba com a competição.

Pai! Mãe! Não incentivem seus filhos a competirem de forma desleal, desmedida, com a desculpa de que o mundo é cruel e selvagem. Incentivem seus filhos a se unirem em torno de um ideal para que, juntos, possamos construir um mundo em que o companheirismo verdadeiro seja a realidade.

Jovem! Evite as disputas, em especial aquelas que levam a agressões físicas, mesmo que dentro das regras da competição. Por mais que a mídia “venda” a ideia de vencer o outro a qualquer custo, saiba que não é vencendo-o que você será um vencedor. Será juntando-se a ele, que todos venceremos.

Vinicius Del Ry Menezes