JESUS E A REPÚBLICA

JESUS E A REPÚBLICA

17/11/2022 Juventude 0

Pilatos observava Jesus. Ele não entendia como aquele homem simples, de olhar sereno, gestos mansos, voz amorosa, vestes rasgadas, que se deixara prender por uma falsa acusação, poderia representar uma ameaça a Roma.

Os fariseus e saduceus, ao contrário, incitavam o povo a pedir a condenação de Jesus por blasfêmia, injúria, subversão e qualquer outra acusação que pudesse levá-lo à morte.

Pilatos ainda tentou argumentar:

– Que mal ele fez?

A multidão desvairada, alucinada, manipulada pelos fariseus gritou:

– Crucifica! Crucifica!

Pilatos compreendeu que a inveja dos fariseus movia suas ações contra Jesus.

Governador da região, a mando de Roma, Pilatos ainda tentou uma última cartada para salvar Jesus. Como era Páscoa, e a tradição permitia libertar um preso nessa data, Pilatos se dirigiu ao povo, em votação:

– Escutem – disse ele. – Quem vocês querem livre? Jesus de Nazaré ou Barrabás, o criminoso?

O povo escolheu a liberdade para Barrabás e a morte para Jesus.

Intimidado pela alucinação crescente da população, Pilatos entregou Jesus para ser açoitado e crucificado, dizendo, enquanto lavava as mãos:

– Sou inocente do sangue deste homem.

Pilatos, na qualidade de governador administrativo da região, não teve coragem de fazer o que era certo, dentro das leis da época.

A população, na qualidade de habitantes daquela localidade, deixou-se manipular pelos fariseus, acreditando em promessas fáceis.

Os fariseus, na qualidade de condutores espirituais do povo, perderam-se na mesquinharia política e econômica da época.

Jesus, humildemente, aceitou todas as decisões que foram tomadas em relação a ele próprio, provando ser o Messias, ao dizer:

– Pai, que seja feita a Tua vontade e não a minha!

As lições daquele momento são expressivas e repercutem até hoje.

Cidadãos desejam uma sociedade mais justa e igualitária, mas deixam-se manipular por políticos inescrupulosos e religiosos mesquinhos.

Políticos promovem alianças de conveniência, com o intuito de manterem o poder.

Religiosos se infiltram na política com vistas a ganhos materiais.

O povo simples, humilde, trabalhador sofre no meio dessa “guerra” e a sociedade como um todo perde.

Uma sociedade, para que seja próspera, precisa de liberdade, igualdade e fraternidade. Mas a liberdade é confundida com permissividade. A igualdade é confundida com a submissão do próximo aos próprios caprichos. A fraternidade é um conceito esquecido.

Pilatos, os fariseus, a população enlouquecida representavam a liberdade de decisão e a falsa igualdade perante a lei. Jesus representava a fraternidade.

Jovem! A sociedade precisa de fraternidade para que a liberdade e a igualdade sejam de fato colocadas em prática. A república, a coisa pública, pertence a todos. Portanto, temos a nossa cota de deveres e a nossa cota de direitos. Mas para que isso seja colocado em prática, é necessária a fraternidade, tão bem exemplificada por Jesus Cristo.

Vinicius Del Ry Menezes