FRATERNIDADE ESPERANÇA DO AMOR

Misericórdia Pai, pelos desamparados de água.

Misericórdia Pai, pela sede.

Misericórdia Pai, pela fome de alimentos.

Misericórdia Pai, pelo frio que congela nossos corpos.

Misericórdia Pai, pela falta de um leito que possa embalar nossos sonhos e sono.

Misericórdia Pai, pela falta de uma palavra de alento e incentivo.

Misericórdia Pai, pela falta de um olhar de compaixão àquele que perambula sem esperança.

Misericórdia Pai, pelo desamor daqueles que por mim passam, sem dar-me a mão.

Misericórdia Pai, pela frieza dos corações que simplesmente me ignoram.

Misericórdia Pai, por todos esses que tiveram a oportunidade de aprender e serem alguém.

Misericórdia Pai, por aqueles que se dizem cristãos, mas que não vivem os exemplos do pobre Nazareno.

Misericórdia Pai, por aqueles que nunca viveram a Fraternidade, como o verdadeiro amor que une o irmão, filhos do mesmo pai, e que não atinaram por uma frase e não apenas uma frase “Fazei ao Outro o que Gostariam que Lhe Fosse Feito”.

Acordem, e dêem o pão, a água, a roupa, o leito, a palavra, o olhar, a mão, os corações, e sobretudo vivam os exemplos deixados pelo Mestre Jesus, além de praticarem tudo que foi apreendido, exercendo a verdadeira igualdade de irmãos que fazem renascer todo dia o amor, que transforma o necessitado, e que pode abrandar as dores do que vagam sem esperança.

Deus ilumine os que puderem ler estas palavras.

Tião, morador de rua que partiu pela dureza do nunca ter tido oportunidade de ser um homem integral.

Julho, 1980.