JESUS E MÃE MARIA

Jesus olhava para Mãe Maria com uma doçura comovente no olhar. Aquele menino, ainda tão jovem, já demonstrava toda a sua realeza espiritual, mas que apenas o círculo mais próximo de sua família percebia.

Era inverno, e Mãe Maria preparava um caldo quente para o jantar. Jesus, para ajudá-la, colocava os pratos e talheres de madeira à mesa.

Jesus parou e começou a observá-la, porque pela sua extraordinária mediunidade ele percebeu quando Mãe Maria começou a orar em gratidão a Deus, enquanto cozinhava.

Gratidão por ter um teto humilde, mas aconchegante.

Gratidão por ter alimento nutritivo, embora simples.

Gratidão por ter um marido honesto, companheiro de alma.

Gratidão por ter um filho amado, uma joia que Deus lhe pôs nas mãos.

Jesus sorriu.

Embora criança ainda, ele sabia quem era e pelo que passaria.

Sabia o que aquela mulher, espírito de luz, ainda sofreria por causa dele.

Mas também sabia que o amor de mãe e filho entre eles suportaria a tudo. Porque o amor que os unia, antes de tudo, os unia a Deus.

E aquela prece comovente que ela fazia a Deus era a prova de que os laços entre eles eram fortes o suficiente para enfrentarem o que ainda viria pela frente.

Jesus, então, orou a Deus.

Pediu ao Pai que protegesse a sua mãe.

Pediu ao Pai que a amparasse nas dificuldades futuras.

Pediu ao Pai que a abençoasse com os tesouros eternos, que nem a traça e a ferrugem consomem.

Pediu ao Pai que, acontecesse o que acontecesse, ela fosse santificada em Seu nome.

Luzes espirituais brilharam naquele ambiente. A paz e a harmonia eram indescritíveis. O amor entre eles era palpável.

Mãe Maria percebeu que Jesus a olhava. Olhou para ele. Seus olhares se cruzaram.

Ambos sorriram. Um sorriso sincero, que só eles dois poderiam compreender. Aquele sorriso que vem da alma e se expressa nos lábios e nos olhos. Aquele sorriso que fala mais alto do que qualquer palavra.

Jovem! Sorria mais para a sua mãe.

Vinicius Del Ry Menezes