JESUS E A PARÁBOLA DO TESOURO ESCONDIDO

Os apóstolos de Jesus sempre foram muito curiosos sobre como é o plano espiritual, sobre o que aconteceria no fim do mundo e diversos outros assuntos. Na verdade, ainda hoje somos muito curiosos sobre esses temas.

No evangelho escrito por Mateus, no capítulo 13, há diversas parábolas nas quais Jesus responde detalhadamente essas questões, como a parábola do Semeador, do Grão da Mostarda, do Joio e do Trigo, do Fermento e da Pérola. Cada uma dessas parábolas lança luz sobre uma característica do plano espiritual.

Nesse mesmo capítulo, Jesus narra a parábola do Tesouro Escondido*. O Mestre disse:

– O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro que, oculto no campo, foi achado e escondido por um homem, o qual, movido de felicidade, foi vender tudo que possuía e comprou aquele campo.

Tesouro é um conjunto de riquezas, não apenas materiais, mas também filosóficas, artísticas, morais e espirituais.

Interessante Jesus comparar o plano espiritual, o Reino dos Céus, a um tesouro. Ele o faz porque, tanto naquela época como hoje, as pessoas tendem a interpretar a palavra tesouro apenas sob o aspecto material do dinheiro.

Como o que a humanidade mais valoriza ainda é o dinheiro, o ouro, as posses, Jesus compara o plano espiritual a essa riqueza para mostrar, aos ouvintes, que o Reino dos Céus é muito mais importante do que o reino material em que vivemos.

Na história, o homem encontra um tesouro, o esconde, vende tudo o que tem e compra o campo no qual ele foi encontrado.

Se, para os bens materiais, é necessário ter essa atitude corajosa de vender tudo e investir em um campo, que dirá para os bens materiais.

Se o Reino dos Céus é um tesouro, quais atitudes corajosas devemos tomar para conquistá-lo?

O homem, na parábola, teve que vender tudo para ter dinheiro para investir no campo.

Fica claro, então, que devemos “vender” alguma coisa para investirmos no campo espiritual.

Podemos interpretar essa “venda” como a renúncia aos bens materiais.

Renúncia não no sentido de mendicância, a ponto de vivermos de esmola.

Renúncia no sentido de abrirmos mão conscientemente do supérfluo das posses materiais para conquistarmos, de fato, o campo espiritual.

Renúncia no sentido de não sermos apegados às posses, aos títulos, ao dinheiro a ponto de não darmos atenção ao lado espiritual.

É comum muitas pessoas materialmente bem-sucedidas não se dedicarem à caridade, à religião, ao estudo do Evangelho porque não têm tempo para os bens espirituais.

A posse do tesouro físico toma todo o tempo delas e elas, infelizmente, não entendem que não é necessário dedicar tanto tempo assim à matéria. Afinal, um dia elas desencarnarão e todos esses bens ficarão aqui…

Esse é o significado da parábola do Tesouro Escondido: renuncie ao supérfluo, à busca insana pela posse do desnecessário, e invista no campo espiritual – o único tesouro verdadeiramente eterno.

Jovem! Não faça como muitos adultos fizeram em que investiram apenas na vida material por anos e hoje dizem que não tem tempo para investir no espiritual, porque precisam manter as posses que conquistaram. Aproveite a sua juventude para já começar a investir no tesouro correto: o dos bens espirituais. É mais fácil, quando se é jovem, estruturar toda a vida acadêmica, profissional e social em torno da vida espiritual, de modo que haja um equilíbrio em todos os aspectos da vida, do que deixar para depois.

Vinicius Del Ry Menezes

*sugere-se a leitura do livro Parábolas e Ensinos de Jesus de Cairbar Schutel, editora O Clarim.