JESUS E A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS

Jesus estava no templo em Jerusalém, antes da Páscoa, aquela em que ele seria preso e morto, pregando para a população, quando alguns Sacerdotes e Anciãos, para provocá-lo, questionaram:
– Com que autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu essa autoridade?
– Eu também vou fazer uma pergunta – disse Jesus – e se vocês me responderem, eu respondo com que autoridade eu faço essas coisas.
Jesus fez uma breve pausa e perguntou:
– O batismo de João, de onde era? Do céu ou dos homens?
Os Sacerdotes confabularam entre si, porque se respondessem que João, primo de Jesus, batizava em nome de Deus, confessariam que não tinham acredito nele, enquanto se respondessem que João batizava em nome dos homens, temiam que a população se voltasse contra eles próprios, pois o povo considerava João um profeta.
– Não sabemos – os Sacerdotes responderam.
– Então nem eu lhes digo com que autoridade faço essas coisas – respondeu Jesus.
Os Sacerdotes ficaram incrédulos. Jesus aproveitou para narrar a seguinte parábola*:
– Um homem tinha dois filhos. Chegando ao primeiro, disse: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”. Ele respondeu: “Irei, Senhor; e não foi”. E chegando ao segundo, disse-lhe o mesmo. Porém, este respondeu: “Não quero”; mais tarde, tocado de arrependimento, foi. Qual dos dois fez a vontade do Pai?
Os Sacerdotes responderam:
– O segundo.
Jesus, então, declarou:
– Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entrarão primeiro que vocês no Reino de Deus.
Essa parábola de Jesus é de uma ousadia ímpar, porque ele deixa claro que os Sacerdotes, os Anciãos, os Fariseus ainda não eram dignos de entrarem no reino de Deus, enquanto os publicanos, que eram os coletores de impostos para Roma, e as prostitutas entrariam primeiro.
O homem dessa parábola é Deus, que chama o primeiro filho e o convida para trabalhar. Esse filho aceita, mas não vai. Esse filho representa justamente todos os religiosos, independente da religião, que são chamados a prestarem um bom serviço em prol dos outros, mas que se negam.
São os homens de fé, mas sem obras.
Já o segundo filho representa todas as pessoas que apenas se preocupam com os aspectos materiais da existência, dando pouca ou nenhuma importância para a espiritualidade, mas que um dia, depois de um chamado de Deus, primeiro se negam a ir, mas depois aceitam.
São os homens com obras, que depois se fortalecem na fé.
Essa parábola deixa claro que não é pelo fato de se dizer religioso que a pessoa será digna das benções. Prostitutas, criminosos, materialistas que aceitarem o chamado, por mais tardio que seja, passarão na frente de quem tinha o conhecimento da fé, mas nada fez.
Jovem! Deus te convida todos os dias para trabalhar na vinha dele. Não seja como o primeiro filho que finge aceitar o convite, mas nada faz. Seja como o segundo: aceite. E aceite logo, porque já lhe foram feitos vários convites. Olhe para o seu lado, veja a necessidade que está colocada aí e comece a trabalhar na vinha.
Vinicius Del Ry Menezes
*sugere-se a leitura do livro Parábolas e Ensinos de Jesus de Cairbar Schutel, editora O Clarim.