JESUS E A PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO

Na época de Jesus, os Fariseus eram um grupo religioso, cujos membros, em sua maioria, eram extremamente orgulhosos e hipócritas.

Eles se sentiam superiores aos demais membros da população em geral porque eles tinham tempo de sobra para lerem as escrituras sagradas e, por isso, acreditavam-se detentores de todas as leis, de todas as regras, de todos os mandamentos. Por isso, eles achavam que tinham o direito de fiscalizar, julgar e condenar as atitudes alheias.

Adoravam discussões religiosas sobre trechos do antigo testamento, polemizavam sobre diversas passagens dos antigos profetas.

De útil, de produtivo para a sociedade da época, pouco faziam, mesmo porque em sua maioria eram de famílias ricas e abastadas e, por isso, não precisavam trabalhar. Na verdade, trabalhavam no Templo e nas sinagogas, causando polêmicas.

Já os Publicanos eram os judeus que trabalhavam coletando impostos da população para Roma, o dominador de Israel da época.

Considerados traidores da pátria, os Publicanos viviam uma vida confortável, porque tinham um alto salário.

Roma os adoravam. O povo judaico os odiava.

Em sua maioria, escolheram essa profissão porque acreditavam que essa era a melhor forma de sobreviverem diante das circunstâncias.

Um dia, Jesus percebendo o quanto de hipocrisia havia na sociedade da época, contou a seguinte parábola*:

“Dois homens entraram no Templo para orar: um fariseu e outro publicano. O fariseu, em pé, orava dentro de si, dizendo: ‘Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, que são ladrões, injustos, adúlteros, nem como esse publicano: jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. O publicano, porém, estando a uma distância maior do altar, não ousava nem levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, sê favorável a mim, pecador!’ Digo que este publicano saiu justificado para sua casa e não o fariseu, porque todo o que se exalta, será humilhado, mas o que se humilha, será exaltado”.

Na sociedade de hoje, o que não falta são fariseus e publicanos.

Os fariseus são todas essas pessoas orgulhosas, vaidosas, mesquinhas, hipócritas, críticas e julgadoras que acreditam estar sempre certas, terem as melhores opiniões, saberem e entenderem mais do que os outros.

São pessoas que acreditam ter mais direitos do que as demais.

Pior: muitas delas usam a religião que frequentam como justificativa para essa atitude. Acreditam-se superiores por frequentarem uma religião, por recitarem os trechos do novo testamento de cor, por orarem em voz alta.

Mas são incapazes de respeitarem o próximo.

Os publicanos, em contrapartida, são todas essas pessoas que sabem que pecam, ou seja, sabem que erram, que cometem deslizes, que muitas vezes precisam tomar decisões difíceis diante das adversidades que a vida impõe e, por isso, acabam cometendo equívocos.

Equívocos que, como Jesus disse sobre o publicano, serão justificados, ou seja, perdoados por Deus.

Muito embora errem, ainda assim procuram acertar, frequentando os templos modernos, sejam os religiosos, sejam os estudantis.

Lutam por respeitarem o próximo, lutam por se respeitarem, lutam por se melhorarem, mesmo que nem sempre o consigam.

Jovem! Entre ser um fariseu moderno ou um publicano moderno, a última opção é a mais sensata. Lembre-se do que Jesus disse: todo o que se exalta, será humilhado, mas o que se humilha, será exaltado.

Vinicius Del Ry Menezes

*sugere-se a leitura do livro Parábolas e Ensinos de Jesus de Cairbar Schutel, editora O Clarim.