JESUS E A PARÁBOLA DO AVARENTO

Jesus narrou a seguinte parábola*, talvez uma das mais simples de entender:
As terras de um homem rico produziram muitos frutos. E ele discorria consigo: “Que hei de fazer, pois não tenho onde recolher os meus frutos?” E disse: “farei isto: derrubarei os meus celeiros e os construirei maiores, e aí guardarei toda a colheita e os meus bens e direi à minha alma: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos; descansa, come e bebe e regala-te”. Mas Deus disse-lhe: “Insensato, esta noite te exigirão a tua alma; e as coisas que ajuntaste para quem serão?” Assim é aquele que entesoura para si e não é rico para com Deus.
Embora simples de entender, muito difícil de praticar.
Até mesmo para quem não tem posses, essa parábola é difícil.
Isso porque a avareza não se dá apenas e tão somente relacionada ao dinheiro.
O excessivo apego aos bens terrenos pode se dar de muitas maneiras.
Há muitos que são ricos, apegados a suas contas bancárias.
Há muitos que possuem posses, apegados a suas casas, carros, barcos, bens.
Há muitos que possuem títulos, apegados a seus diplomas.
Há muitos que possuem conhecimentos, apegados a suas verdades.
Todo aquele que muito tem, e se apega a isso, é avarento, porque não compartilha com quem não tem.
Pior: há muitos que além de terem muito, planejam formas de não compartilhar nada com quem não tem, assim como o avarento da parábola, que decidiu construir celeiros maiores para não ter que distribuir com ninguém a produção excessiva.
Quantas pessoas possuem inúmeros bens e ainda assim se negam a emprestar uma casa, um carro, uma roupa, um sapato?
Quantas pessoas inteligentíssimas se negam a dar um ensinamento, um conselho, uma dica para aquele que nada sabe?
Quantas pessoas não escodem o que tem na esperança de não ter que compartilhar com o outro?
A avareza é um sentimento que paralisa o coração, que impede que se faça muito bem a todos que nos cercam.
A avareza é causada pela falta de compreensão nas leis de Deus, pela falta de compreensão da caridade.
O avarento vive em um clima permanente de agonia, porque teme perde o que tem, pois, caso perca, não sabe viver com alegria.
O avarento coloca toda a sua segurança íntima naquilo que tem, e não naquilo que é.
O avarento, na verdade, não se sente seguro consigo próprio diante da vida.
O avarento precisa de algo palpável para se sentir bem, porque, no fundo, não consegue ainda se sentir bem com que é.
E a única forma de deixar de ser avarento é começar uma profunda reflexão sobre a própria vida, sobre as leis de Deus que regem o universo, sobre o evangelho de amor de Jesus.
Jovem! Aproveite a sua juventude para nem se tornar um avarento, porque uma vez avarento, é muito difícil deixar de sê-lo. Foque-se em se tornar uma pessoa de bem, um verdadeiro discípulo de Jesus, porque assim Deus nunca te desamparará dos bens materiais de que você precisa.
Vinicius Del Ry Menezes
*sugere-se a leitura do livro Parábolas e Ensinos de Jesus de Cairbar Schutel, editora O Clarim.