EXCESSO

“Pois que aproveitaria ao homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma?” – Jesus (Marcos, 8:36.)
Enquanto a criatura permanece no corpo terrestre é natural se preocupe com o problema da própria manutenção.
Vigilância não exclui previdência.
Mas não podemos olvidar que o apego ao supérfluo será sempre introdução à loucura.
Tudo aquilo que o homem junta abusivamente no campo exterior, é motivo para aflição ou inutilidade.
Patrimônios físicos sem proveito, isca de sombra atraindo inveja e discórdia.
Alimentos guardados, valores a caminho da podridão.
Roupa em desuso, asilo de traças.
Demasiados recursos amoedados, tentações para os descendentes.
Todo excesso é parede mental, isolando, aqueles que o criam, em cárceres de orgulho e egoísmo, vaidade e mentira.
Repara, assim, o material que amontoas.
Tudo o que é fora de ti represente caminho em que transitas.
Agarrar-se, pois, ao efêmero é prender-se à ilusão.
Mas todos os bens espirituais que ajuntares em ti mesmo, como sejam virtudes e educação, constituem valores inalienáveis e brilharam contigo, aqui ou alhures, em sublimação para a vida eterna.
Emmanuel
Recebido por Francisco Cândido Xavier