JESUS E O JOVEM

JESUS E O JOVEM

15/10/2020 Juventude 0

O olhar de Jesus transbordava amor ao ver aquela cena: João, seu discípulo querido, um adolescente ainda, brincava com as crianças de Betsaida, numa algazarra divertida e sadia.

João tinha em torno de dezessete anos quando se tornou discípulo de Jesus. O mais novo dos apóstolos também era o mais amoroso, o mais brando, o mais alegre e o mais preocupado com causas ambientais, uma preocupação já surgida à época.

Por mais que espiritualmente fosse um dos discípulos mais adiantados, João ainda era um adolescente e, por isso mesmo, o que mais conseguia se aproximar das crianças e evangelizá-las por meio de brincadeiras.

Jesus sabia que a adolescência é uma das fases mais difíceis do amadurecimento espiritual de todo ser humano, por ser justamente a fase na qual o espírito encarnado entra em conflito com o seu “eu” do passado, ou seja, é o período em que os impulsos negativos trazidos de outras encarnações entram em conflito com os impulsos positivos adquiridos na infância da atual reencarnação. Isso gera a conhecida “revolta sem causa”. Por isso a necessidade de pais carinhosos, bondosos, pacientes e presentes, que auxiliem seus filhos a atravessarem essa fase de forma tranquila e segura, de modo que os impulsos positivos se sobressaiam e o espírito cresça e amadureça.

Intimamente, Jesus abençoava Salomé, mãe de João, por ter sido uma orientadora tão preciosa na vida de seu discípulo, conduzindo-o, desde sua infância, para os ensinamentos espirituais.

Jesus alegrava-se por saber que João não passaria pelas dificuldades da maioria dos jovens da época. E naquela época os jovens já passavam por diversas dificuldades.

Falta de orientação espiritual que conduzia a uma falta de propósito na vida, levando muitos jovens à depressão, ao suicídio, à criminalidade.

Falta de carinho dos pais, quando não violência física e moral, que produzia um embrutecimento dos sentimentos, dificultando que os jovens tivessem relacionamentos sadios com amigos, familiares e cônjuges.

Excesso de permissividade que conduzia a excessos sexuais, abuso de álcool e vício em drogas.

Pressões para que se destacassem profissionalmente nas profissões da época, levando muitos jovens a agirem de forma antiética e às vezes até criminosa.

A adolescência é um momento de vida em que o jovem se sente naturalmente inseguro com o seu próprio ser, com o seu próprio corpo, com sua própria vida. Mas também é um momento em que os impulsos de crescimento, tanto físicos quanto espirituais, surgem com força.

Um adolescente bem orientado, que consiga canalizar esse impulso de crescimento para o bem, naturalmente se tornará uma pessoa mais segura consigo própria e será um adulto maduro, e também irá produzir as transformações necessárias em nossa sociedade. Porém, um adolescente abandonado à própria sorte, canalizará esse impulso de crescimento para a proteção da sua individualidade como forma de se proteger em sua insegurança, tornando-se uma pessoa egoísta e imatura.

A sociedade da época de Jesus refletia esse tipo de imaturidade. Dois mil anos depois, a nossa atual sociedade continua imatura da mesma maneira.

O apóstolo João, aos dezessete anos de idade, já estava maduro o suficiente para assumir a grande responsabilidade que tinha à sua frente, não só por já ser um espírito adiantado, mas também por ter sido muito bem educado por sua mãe e por ter aceitado seguir Jesus, o divino amigo.

Jovem! Não perca, jamais, a oportunidade de aprender os ensinamentos de Jesus e de frequentar os grupos de jovens de centros espíritas, igrejas católicas, templos evangélicos ou qualquer outro lugar em que duas ou mais pessoas se reúnam para estudar e praticar os ensinos do Mestre. São esses grupos que nos dão a orientação necessária, e o apoio, para que a gente passe pela adolescência sem nos perdermos em vícios, violências e imprudências. Que possamos seguir o nosso Mestre Jesus e nos tornarmos seus discípulos, mudando a nossa sociedade para melhor!

Vinicius Del Ry Menezes