JESUS E A DEMOCRACIA

JESUS E A DEMOCRACIA

14/01/2021 Juventude 0

Jesus era alvo constante de Fake News (notícias falsas) espalhadas pelos Fariseus. Uma delas dizia que Jesus realizava as curas físicas e espirituais em nome do Diabo. Um contrassenso, por que Diabo nenhum, sendo o Diabo, operaria a cura. Mas como o povo não analisava criticamente esse argumento contraditório, muitos acreditavam. Dessa forma, os Fariseus conseguiam plantar a semente da dúvida e da discórdia na população contra Jesus.

Um dia, ciente do que os Fariseus faziam, Jesus lhes disse:

– Todo o reino dividido contra si mesmo será desolado; e toda cidade ou casa, dividida contra si mesma, não resistirá.

Jesus dá uma aula de democracia nessa passagem evangélica.

Primeiro, ele não defende a sua própria reputação, porque quem tem uma reputação honesta não sente a necessidade de se defender sob falsas alegações, principalmente quando elas não se sustentam pela lógica.

Segundo, ele mostra o perigo que os Fariseus promoviam ao incentivarem a divisão na população. Os Fariseus eram um grupo político-religioso que sonhavam com a dominação completa sobre as outras seitas religiosas, em especial os Saduceus, e também com a expulsão dos romanos para que, enfim, pudessem governar toda a região. Eles temiam que Jesus arregimentasse adeptos e reivindicasse o trono, por isso promoviam a discórdia em torno dele. E o Mestre, muito mais evoluído do que eles, alertou-os para que não destruíssem Israel dividindo o seu povo.

Historicamente, essa é a técnica usada por todas as facções, seitas, partidos políticos corrompidos, ou grupos de revolucionários hipócritas para tomarem o poder: dividir a população, incentivando a discórdia por meio da divulgação de informações falsas, ilógicas e até mesmo surreais.

E os Fariseus conseguiram o que desejavam, pelo menos em parte. Eles conseguiram que a população ficasse contra Jesus, de modo que o povo raivoso pediu a libertação do criminoso Barrabás ao invés da libertação do meigo rabi da Galileia que só promoveu o amor, a saúde, o consolo e a caridade. Até mesmo Pilatos, governador romano na Palestina, não entendia como a população preferia Barrabás a Jesus. Por isso Pilatos lavou as mãos.

Mas os Fariseus não conseguiram a dominação política que tanta ambicionavam. Promoveram tanta discórdia que aconteceu o que Jesus disse: a Palestina não resistiu e novos sofrimentos coletivos foram impostos ao povo por meio de dominadores cada vez mais sanguinários.

Ao contrário do que muitos acreditam, concordar não significa aceitação completa, irrestrita e incondicional às ideias dos outros. Concordar significa chegar a um denominador comum por meio da negociação honesta, empática, pacífica e que gere benefícios para todos os grupos envolvidos. Esse denominador comum não exclui as diferenças, pelo contrário, as inclui e as valoriza.

Mas, para se atingir esse nível de concordância, é necessário se atingir um nível de maturidade emocional grande, uma maturidade que muitos ainda estão longe de conseguir, já que é necessário estar disposto a ceder para concordar.

E só consegue esse grau de maturidade quem está em paz consigo mesmo, quem entende que negociar é concordar em benefício de todos. Por isso Jesus disse: bem-aventurados os pacíficos porque eles serão chamados filhos de Deus.

Jovem! Exercite o respeito ao próximo buscando o que você tem em comum com aquela pessoa com a qual você discorda. Converse com ela. Ouça-a. Desapegue-se de suas ideias pré-concebidas. Analise criticamente os argumentos dela. Negocie. Fique em paz com você mesmo. Assim, você se tornará mais maduro. E quanto mais maduro você for, mais você ajudará o nosso país, independente da área em que atue, porque assim você será uma pessoa agregadora, como Jesus era.

Vinicius Del Ry Menezes